segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Pelo Brasil e pelo mundo: 08 de dezembro.


Serra à frente na disputa de 2010.
O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), aparece como o principal candidato à Presidência da República nas eleições de 2010. Uma pesquisa do Datafolha que estampa a manchete da Folha de hoje lhe dá uma preferência que varia de 36% a 47%, conforme o cenário. A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, apontada como a possível escolhida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tentar sucedê-lo, ainda patina num terceiro lugar, com 7% a 12% das intenções de voto. Em segundo está Ciro Gomes (PSB). Serra, é verdade, fortaleceu-se muito com as eleições municipais e tem mesmo cacife para chegar forte à disputa pelo Palácio do Planalto, mas não se pode esquecer que ainda faltam dois anos. No mundo instável da política, uma eternidade.

Qual é o tamanho do rombo no caixa do Rio?
A manchete do jornal O Globo desta segunda-feira traz a declaração do prefeito eleito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), de que vai herdar uma dívida de até R$ 400 milhões, deixada por Cesar Maia (DEM). No entanto, trata-se de uma estimativa sem muita credibilidade, pois Maia garante que vai entregar o cargo a Paes com justamente R$ 400 milhões em caixa. Quem está com razão? Talvez, nenhum dos dois. E isso é o que preocupa no caso de uma cidade que precisa muito de austeridade nos gastos públicos.

Governo pode usar reservas externas para o pré-sal.
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou que o plano de investimentos da Petrobras na camada do pré-sal pode ser parcialmente financiado pelas reservas do país em dólar, atualmente na casa dos US$ 200 bilhões. A Folha informa que a comissão interministerial do pré-sal pode fechar amanhã suas propostas para regulamentar o setor. Lobão disse ainda que a China fez uma oferta para investir US$ 10 bilhões na estatal e os Emirados Árabes também demonstraram interesse nos negócios da empresa.

2009 pode ter um déficit de até 1 milhão de vagas.
Já é quase consenso entre os economistas que o próximo ano será de aperto na economia brasileira por conta da crise financeira global. Agora, começam a surgir as primeiras projeções do estrago. Celso Pastore, especialista da USP em mercado de trabalho, estima que deverão deixar de ser criados 1 milhão de empregos. Com isso, informa o Estadão, não haverá postos suficientes para absorver cerca de 2,5 milhões de novos trabalhadores que vão buscar uma ocupação em 2009. “Quando a crise mostra a cara no mercado de trabalho, a cara é feia, porque provoca círculos perniciosos”, diz Pastore.

O fim do mistério sobre a morte do sul-africano no Rio.
As suposições de autoridades do Ministério da Saúde felizmente não se confirmaram: o engenheiro sul-africano William Erasmus, de 53 anos, morreu de febre maculosa, uma doença bacteriana transmitida pela picada de carrapatos infectados. Ao contrário do que suspeitava o Ministério, ele não foi vítima de uma infecção por arenavírus, um tipo de doença altamente contagiosa e que pode matar em poucos dias. “A partir da análise dos dados sobre o período de permanência do sul-africano no Brasil e do tempo necessário para a manifestação dos primeiros sintomas da doença, os especialistas concluíram que a contaminação não ocorreu no país”, diz O Globo. O caso do sul-africano, portanto, não passou de um susto.

União vai restringir ONGs em terras indígenas.
Um decreto já pronto, à espera apenas da sanção presidencial, vai criar restrições à ação de ONGs, pesquisadores e missionários nas terras indígenas. Eles serão obrigados a submeter seus projetos a uma análise prévia do Ministério da Justiça. Se a reserva estiver próxima à faixa de fronteira ou dentro da Amazônia Legal, a autorização vai depender do aval do Ministério da Defesa e do Conselho de Defesa Nacional. A notícia, lembra o Estadão, chega na mesma semana em que o Supremo vai julgar a demarcação da terra indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, na próxima quarta-feira. O decreto tem o objetivo de coibir a biopirataria e a exploração ilegal de recursos nessas áreas, mas precisa ser acompanhado de fiscalização intensa para evitar incursões ilegais.

Secretário-geral da ONU espera maior “senso de responsabilidade” do Brasil.
Em entrevista à Folha, o diplomata sul-coreano Ban Ki-moon, que completa dois anos como secretário-geral das Nações Unidas em janeiro, diz que o Brasil é, hoje, “um dos países mais importantes do mundo e está no centro das discussões sobre os maiores desafios, como as mudanças climáticas e a crise financeira”. Por isso, ele cobra do nosso governo um maior “senso de responsabilidade”. Para Ki-moon, isso inclui mais comprometimento com contribuições financeiras e envio de soldados para forças de paz da ONU.

Espiões paquistaneses podem ter facilitado ataques de Mumbai.
O serviço de inteligência do Paquistão, supostamente aliado dos Estados Unidos no combate ao terrorismo naquele país, já estava sob suspeição dos oficiais americanos por fazer jogo duplo. O The New York Times publica mais um caso que reforça a desconfiança. O grupo paquistanês Lashkar e-Taiba, suspeito de ter comandado os múltiplos atentados em Mumbai, na Índia, teria recebido proteção dos espiões locais, que, em vez de delatá-lo, lhe daria cobertura para fazer treinamentos militares e levantar dinheiro para a realização de ataques. Os oficiais paquistaneses negam envolvimento.


Reunião entre Sarkozy e Dalai Lama irrita a China.
O líder tibetano Dalai Lama diz que a China está mudando sua posição inflexível em relação ao Tibete, mas a mudança, se realmente vem ocorrendo, anda a passos lentos. A BBC Brasil noticia que o governo chinês reagiu com irritação ao encontro entre o Dalai Lama e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, no último sábado. O tibetano foi a uma reunião de vencedores do Prêmio Nobel da Paz na Polônia e conversou com Sarkozy, que estava no país por conta de uma conferência de mudanças climáticas. A China convocou o embaixador francês em Pequim e apresentou uma queixa formal à atitude de Sarkozy. Os chineses até podem, no futuro, resolver suas diferenças com o Tibete, mas definitivamente não são muito simpáticos à participação de terceiros no assunto.

Democratas articulam plano emergencial às montadoras dos EUA.
Depois de tantos erros administrativos e de planejamento, as três grandes montadoras americanas – Chrysler, Ford e GM – estão no topo da preocupação de alguns congressistas democratas, empenhados em apresentar um urgente plano de salvação das empresas. O The Washington Post diz que eles estão articulando mudanças na legislação que possam liberar até US$ 15 bilhões em empréstimos já na semana que vem. O projeto, que poderia ser colocado em pauta de votação ainda amanhã, criaria um gabinete com sete parlamentares para supervisionar qualquer grande movimentação financeira das montadoras. Mas alguns congressistas poderão exigir que as empresas se livrem de sua cúpula e apresentem uma nova diretoria para a reestruturação.

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