Ponta Negra, em foco.
Uma das primeiras referências históricas a Ponta Negra é a descrição do período da ocupação holandesa, em 1633, na Cartografia do Rio Grande do Norte, Registros de 1877 dão conta de uma casa de oração na povoação de Ponta Negra e de uma escola pública para o sexo masculino. Estima-se que, até o século passado, a Vila de Ponta Negra era habitada por indivíduos ligados à atividade pesqueira. Havia, entretanto, roçados para ajudar na economia doméstica, além do trabalho de renda de almofadas feito por mulheres. Após a 2ª Guerra Mundial, com a influência norte-americana de banhos de mar, foram iniciadas construções de casas de veraneio. O desenvolvimento da Vila, núcleo do povoamento da área, teve início na década de 40. Nesse período, o Governador José Varela construiu o primeiro chafariz, localizado atrás da igreja e reconstruído, em 1931, pelo Bispo Dom Marcolino Dantas. No Governo Aluízio Alves, outro chafariz foi construído na Rua do Corrupio e implantada energia elétrica. Segundo antigos moradores, antes de 1956, havia 500 hectares de terras cultivadas em sistema comunitário. Mas, esse sistema prejudicou a legalização daquelas terras, permitindo casos de “grilagem”. Para apaziguar os conflitos, parte das terras foram doadas ao clero de Natal através de D. Eugênio Sales. Em 1964, outra parte que servia à população foi destinada ao Ministério da Aeronáutica para a construção da Barreira do Inferno. Após se verem expropriados de suas terras, parte da população passou a subsistir do artesanato, de barracas de praia e de biscates, além da pesca. O arcebispo emérito de Natal, D. Nivaldo Monte, em seu livro Minha Cidade, Natal e eu, falando de suas reminiscências juvenis assim se expressa: "Abrindo em arco, da mais perfeita e harmoniosa curvatura a enseada de Ponta Negra apresenta-se ao primeiro olhar, como a mais bela e acolhedora das praias natalenses." Em outro trecho ele acrescenta, "Em Ponta Negra, o Morro Careca tem a sua história à parte. Quando eu era criança, a figura do morro era muito outra. Os ventos sopraram, o mar avançou, o fogo desfez sua primitiva visão, emprestando-lhe uma nova forma, que, mesmo assim, ainda hoje, evocando a saudade de sua beleza antiga, enche de espanto e admiração aqueles que pela primeira vez se vêm (sic.) diante de tamanha beleza. O declive que leva o topo do morro até as orilhas do mar era todo coberto de densa e luxuriante vegetação. Somente o cume do morro era descalvado, donde lhe veio a alcunha, tão bem fixada, na mente de todos nós." Mais recentemente, a compra de 130 hectares de terras ao empresário Osmundo Faria possibilitou a construção de conjuntos habitacionais com casas e apartamentos. Em 1978, surgiu o conjunto Ponta Negra, em 1979, o Alagamar; em 1989, o Serrambi, e em 1981, o Natal Sul. No ano 2000, foi executado o projeto Orla de Ponta Negra. Deste projeto de urbanização, fez parte a construção de um calçadão na orla marítima,com 3 quilômetros de extensão e a substituição das antigas barracas de praia, por quiosques de fibra de vidro. Ponta Negra foi oficializado como bairro quando da definição de seus limites pela Lei nº. 4.328, de 05 de abril de 1993, publicada no Diário Oficial, em 07 de setembro de 1994.
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