segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Pelo Brasil e pelo mundo: 01 de dezembro.

Aeronáutica monta operação de guerra e teme “calamidade.
A manchete do Estadão de hoje deixa claro que a tragédia ocorrida em Santa Catarina está longe de acabar. Segundo o jornal, a Operação Santa Catarina, montada pela Aeronáutica, é a segunda maior operação aérea da história da América Latina, perdendo apenas para a Guerra das Malvinas, de 1982. O maior temor dos responsáveis pelo atendimento aos afetados é que após a tragédia ocorra uma “calamidade na saúde pública”, já que 100 mil pessoas tiveram contato com água contaminada e muitas casas ainda estão em áreas de alto risco. A Defesa Civil de Santa Catarina encontra problemas até para estocar alimentos e cobertores. Segundo o Estadão, são tantas as doações que não há mais onde armazenar os alimentos.
Número de desalojados no país chega a 85 mil.
A Folha destaca hoje que o estrago causado pelas chuvas não se restringe apenas a Santa Catarina e que os efeitos são grandes também no Rio de Janeiro, no Espírito Santo e no Vale do Paraíba, em São Paulo. No total, o país tem 84.670 pessoas desalojadas ou desabrigadas por conta das chuvas, e 89 municípios em estado de emergência, o que autoriza as prefeituras a recorrer a verbas federais e estaduais e realizar obras sem licitação. Além do temor de problemas de saúde pública (ver nota acima), as chuvas devem continuar afetando as áreas que já têm problemas, especialmente o Vale do Itajaí, em Santa Catarina.


Governo lança metas de redução de desmatamento.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anuncia nesta segunda-feira o Plano Nacional de Mudanças Climáticas. A principal novidade, diz o Blog do Josias, na Folha Online, é a fixação de metas para a redução do desmatamento no país. Para o quadriênio 2006-2010, o objetivo é diminuir a área desmatada em 40%, tendo como base o período entre 1996 e 2005. Depois de 2010, a projeção é reduzir o desmatamento em 30% por quadriênio, sempre em comparação com o mesmo período de tempo imediatamente anterior. Em meio à tragédia de Santa Catarina, em parte motivada pela ocupação desordenada em áreas de mata, ter um compromisso objetivo em manter de pé as florestas é algum avanço.


Estado paga até R$ 100 mil de indenização por barraco no Rio.
O Globo de hoje traz uma reportagem sobre as polpudas indenizações do governo estadual do Rio de Janeiro e da União a moradores de favelas onde há obras do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC). No Morro do Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, na zona sul, um morador recebeu cerca de R$ 100 mil por um pequeno prédio, que dará lugar a um bloco de apartamentos feito pelo governo. Especialistas do mercado imobiliário ouvidos pelo jornal carioca consideraram muito altos os valores das indenizações. Com quantias entre R$ 60 mil e R$ 70 mil, segundo eles, é possível comprar conjugados ou apartamentos de um quarto em alguns bairros da zona sul, como Catete e Laranjeiras.


“Rebelião” na PF tenta tirar diretor do cargo.
Um grupo de delegados e agentes da Polícia Federal já admite publicamente que deseja a saída do diretor-geral da instituição, Luiz Fernando Corrêa. “Depois dessa crise, houve um desgaste natural, como aconteceu com o Paulo Lacerda. Desgastou, tem de sair. É o caso dele”, disse à Folha Amaury Portugal, presidente do Sindicato dos Delegados da PF em São Paulo. Os “rebeldes” se queixam da gestão centralizadora de Corrêa, principalmente em relação à negociação de uma lei orgânica para a categoria. É possível que haja insatisfações políticas de alas que não estão no poder, mas parece claro que a administração de Corrêa está, sim, desgastada. Resta saber se ele terá condições de recuperar a confiança de seus subordinados.


Lula quer reforma tributária já, diz Múcio.
Uma reportagem do Estadão destaca que, segundo o ministro José Múcio (Relações Institucionais), uma das prioridades do presidente Lula na reunião de coordenação política de hoje é trabalhar pela aprovação da reforma tributária. Múcio revelou que Lula está preocupado com o lado psicológico da população e que teme a “síndrome da crise”, que poderia diminuir o consumo e conter o crescimento. A reforma tributária é, sem dúvida, uma causa nobre, pois as mudanças na cobrança de impostos, se bem feitas, podem ajudar a colocar a economia do Brasil em um novo patamar. O inaceitável é que essa reforma seja feita às pressas, como medida para combater a crise, o que pode trazer problemas piores para o país.


ONU prevê crescimento de apenas 0,5% para o Brasil.
A BBC Brasil informa que a Organização das Nações Unidas divulgou nesta segunda-feira um relatório sobre a economia global que aponta crescimento de apenas 0,5% da economia brasileira em 2009. A tese da ONU é que apesar de a crise ter sido gerada pelos países desenvolvidos, as nações em desenvolvimento sofrerão os mesmos impactos, com forte desaceleração da economia. Em um cenário otimista “calculado” pela ONU, esse 0,5% passaria para 3%, um índice bem mais próximo às expectativas do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do governo brasileiro. A ONU é uma entidade com uma veia catastrofista saliente, até porque precisa sempre se preparar para o pior cenário possível. Para a felicidade dos brasileiros, seria ótimo se o cenário pessimista das Nações Unidas não se revelasse verdadeiro.


Falta de crédito ameaça novos negócios da Petrobras.
O Valor Econômico de hoje acrescentou mais uma má notícia à situação da Petrobras em meio à crise. Segundo o jornal, as empresas que venceram as concorrências para construir 12 plataformas de perfuração para a estatal brasileira estão com problemas para conseguir fechar seus bilionários financiamentos. Segundo o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, as empresas avisaram dos problemas, mas essa situação “ainda não afeta o cronograma” da entrega. O problema está justamente no “ainda”. Como o cenário internacional de oferta de crédito deve continuar precário, certamente a estatal terá problemas e, como conseqüência, o governo Lula. De acordo com o Valor, parte dessas plataformas serviria para explorar a “menina dos olhos” do presidente, o petróleo da camada pré-sal.Mundo


Obama nomeia hoje a cúpula da política internacional americana.
O jornal The New York Times destaca que o presidente eleito dos EUA, Barack Obama, anunciará hoje a cúpula de sua política internacional – Hillary Clinton (secretária de Estado), James L. Jones (conselheiro de segurança nacional) e Robert M. Gates (secretário de Defesa). O trio costuma ter visões dissonantes das que Obama defende para a política internacional, mas, segundo o Times, os três concordaram em tentar aplicar a proposta de Obama. A notícia é excelente. Depois de 16 anos seguidos de fracassos das administrações Bill Clinton e George W. Bush no exterior, Obama percebeu que o poderio militar, sozinho, não resolverá os problemas de estados falidos, como Somália, Iraque e Afeganistão. A nova política terá, assim, foco no fortalecimento da ajuda para a reconstrução dessas nações o que, se der certo, dará a Obama um lugar de honra nos livros de História.

Mais um ministro indiano cai após atentados em Mumbai.
Depois de Shivraj Patil deixar o ministério do Interior, foi a vez de Vilasrao Deshmukh, ministro-chefe do Estado de Maharashtra, onde fica Mumbai, pedir demissão do governo indiano após o atentado que deixou quase 200 mortos na capital financeira da Índia. O anúncio foi feito hoje, como mostra a BBC. As trocas no governo mostram que os ataques farão o premiê Manmohan Singh colocar de vez a Índia na luta contra terrorismo islâmico. Além de modificar ministros, Singh anunciou a criação de uma agência federal antiterror. A cada novo atentado fica mais claro que o terror islâmico precisa ser combatido de forma enérgica e coordenada pelos estados, sob pena de o mundo viver um novo 11 de Setembro.

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