Caros amigos, sei que a prova suscitou muitas discussões. Estive a pouco tempo na revisão de véspera do CDF e escutei muitos comentários dos alunos, alguns positivos e outros negativos.
Infelizmente a prova não pode agradar a todos. Mas acho que, frente ao que estava acontecendo, a avaliação teve um ganho de qualidade e, certamente, isso assustou muitos candidatos. Acredito que a prova de História tenha sido uma das mais complicadas da primeira fase.
Embora queiramos comentar todas as questões, esse modelo de vestibular - com dois dias de revisão para cada disciplina - restingiu o tempo da equipe. Estamos bastante ocupados e, por isso, eu discutirei apenas sobre o que foi comentado no blog.
Questão 22 - resposta A
O texto de Mikhail Bakhtin discute o riso na Idade Média, lembrando que este período ficou marcado pela atuação do cristianismo e, conseqüentemente, da Igreja Católica. O aluno, para responder essa questão, deve ler o texto com bastante atenção, pois ele afirma que "o tom sério caracterizava uma cultura medieval oficial". Ou seja, a cultura da Igreja, dos intelectuais e dos nobres. Assim, existia uma cultura popular que se utilizava do humor para satirizar o cotidiano do medievo.
A letra B, que poderia suscitar dúvidas, está incorreta pelo fato de expor que a influência da Igreja Católica teria extinguido as criações humorísticas. Embora criticasse, o catolicismo não conseguiu acabar com o humor, presente em peças e canções medievais.
Questão 26 - resposta B
A letra B lembra elementos da cultura indígena que foram incorporados pelos colonizadores, como a agricultura de coivara (queimada de florestas para a plantação de gêneros alimentícios, como a mandioca) e a utilização da farinha como alimento básico da colônia.
O aluno, para responder essa questão, deve se lembrar que os índios exploravam o território da mata atlântica, principalmente os do tronco linguístico Tupi, pois muitos já conheciam a agricultura rudimentar.
O único quesito que poderia gerar dúvida é o D. Entretanto, o erro está no fato de que "a produção indígena de feijão, milho, jerimum e mandioca foi integrada à economia açucareira da Colônia, fornecendo abundantemente os gêneros alimentícios de que esta necessitava". O aluno deveria lembrar que, na empresa açucareira, havia momentos de carestia e fome, ocasionada pela pouca abundância de gêneros alimentícios.
Questão 29 - resposta B
Não considero absurda essa questão sobre Gilberto Freyre, pois o aluno, mesmo o que não conhecesse a obra Casa-grande e Senzala, poderia responder a questão analisando o contexto em que a obra foi produzida, a década de 1930.
Fatos que poderiam levar ao entendimento da questão: a década de 1930 ficou marcada pela Era Vargas, momento em que os intelectuais brasileiros procuraram valorizar a mestiçagem e seus aspectos, como o samba e a capoeira; Freyre está no contexto dos intelectuais modernistas que, no eixo Rio-São Paulo, discutiam a identidade nacional a partir da miscigenação (o aluno poderia se lembrar do manifesto antropofágico e da Semana de Arte Moderna); Freyre, como diz o enunciado da questão, "dialoga com as idéias dos intelectuais brasileiros das gerações anteriores", os quais discutiam princípios como higienismo e eugenia, além do darwinismo social. Por sua vez, Freyre critica essa idéias.
Considero essa questão complicada, pois necessita muita interpretação e conhecimento de mundo.
Questão 30 - resposta D
Para responder essa questão o aluno deve se lembrar que, em dezembro de 1937, Getúlio Vargas já havia dado o golpe de Estado Novo, iniciando um período de exceção política marcado pelo nacionalismo. Se lembrem que Vargas tinha interesses em criar um Estado Nacional unificado por padrões nacionais, em oposição às oligarquias - principalmente a paulista, que tinha grande influência econômica e social. Assim, ele se utilizava de símbolos - como a bandeira do Brasil -, do culto ao líder - a idéia de Pai dos Pobres - e da propaganda para difundir essas perspectivas.
2 comentários:
Parabéns pelo trabalho desenvolvido e espero que no proximao anos tenhamos alguma mulher nessa equipe do CIS.
Parabéns pelo trabalho desenvolvido e espero que no proximao anos tenhamos alguma mulher nessa equipe do CIS.
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