quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Pelo Brasil e pelo mundo: 27 de novembro.



1. O terror ressurge com força na Índia.
Em uma série de ataques coordenados, terroristas mataram pelo menos 101 pessoas e feriram outras 250 em Mumbai (ex-Bombaim), considerada a capital financeira da Índia. Com armas e granadas, os homens abriram fogo em dois hotéis de luxo, a maior estação de trem da cidade, um centro judeu, um cinema e um hospital. Um desconhecido grupo terrorista local reivindicou a autoria dos atentados, mas não houve confirmação. Não se sabe, ainda, se houve participação de células terroristas internacionais. Segundo o The New York Times, ainda havia, no início da manhã, um número incerto de hóspedes dos hotéis de luxo em poder dos autores dos ataques. Os criminosos teriam selecionado ingleses e americanos para virarem reféns. As conseqüências desses atentados em série são, por enquanto, incertas, mas ficou claro que o terror continua sendo um inimigo totalmente imprevisível – e, por isso, difícil de ser combatido.




2. R$ 1 bilhão para Santa Catarina.
Depois de sobrevoar a região atingida pelas enchentes e dizer que nunca tinha visto “uma coisa assim”, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva editou uma Medida Provisória (MP) liberando R$ 1,029 bilhão para a reconstrução do que foi derrubado pelas águas em Santa Catarina. Segundo o Estadão, a situação ainda é de calamidade em boa parte do Estado. “Em Itajaí, moradores se recusam a deixar casas inundadas, pois bandidos fazem rondas em barcos”, diz o jornal. Dos 5,8 milhões de habitantes do Estado, 1,5 milhão foram afetados de alguma forma. As mortes chegam a 97 e devem passar de cem, uma vez que há 19 desaparecidos confirmados.



3. Promotor que matou jovem em 2004 é absolvido.
O promotor Thales Ferri Schoedl, que matou um jovem e feriu outro numa praia de Bertioga, no litoral paulista, em 2004, foi absolvido por unanimidade pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo. Como informa a Folha (para assinantes), os 23 desembargadores entenderam que Thales agiu em legítima defesa, pois os dois rapazes teriam a intenção de agredi-lo. A acusação vai recorrer da decisão, citando uma súmula do Supremo para dizer que o julgamento não poderia ter ocorrido, pois a Corte ainda não determinou de maneira definitiva se o promotor permanecerá no cargo.

Comentário do blog: Promotor que matou jovem em 2004
é absolvido. E se fosse o jovem que tivesse matado o
promotor?




4. Paulinho tenta escapar da cassação.
A reunião do Conselho de Ética para votar o pedido de cassação do deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, acusado de desviar recursos do BNDES, foi marcada pelo trabalho de seus aliados, que manobravam para absolvê-lo, não importando o conteúdo do parecer, como mostra O Globo. A estratégia foi contida pela deputada Solange Amaral (DEM-RJ), que pediu vistas do relatório, adiando a decisão. Para piorar, o relator do processo, Paulo Piau (PMDB-MG), admitiu ter feito o relatório com base apenas em denúncias veiculadas na imprensa, sem apurações adicionais. Em meio a tudo isso, Paulinho, talvez crente de sua absolvição, acertava com o secretár io-geral de Lula, Luiz Dulci, por meio de bilhetinhos, um jantar entre o presidente e líderes de centrais sindicais. O encontro só foi confirmado na terceira versão da agenda oficial de Lula. Será que o Planalto tentou esconder a reunião?


5. A paz que incha uma favela no Rio.
O Globo (íntegra para assinantes) desta quinta-feira traz uma reportagem sobre uma favela no Rio de Janeiro que está se expandindo basicamente por um motivo incomum: a tranqüilidade a seus moradores. Trata-se da Tavares Bastos, no Catete, zona sul da cidade. Segundo o texto, a comunidade passou de 4 mil para 6,8 mil habitantes de 2000 para cá, muito por conta da fama de um local sem a presença do tráfico. O Batalhão de Operações Especiais (Bope), da Polícia Militar, está sediado no alto do morro há oito anos, o que inibe a ação dos traficantes. O problema, agora, é outro: como conter o inchaço da favela, que está no meio de uma Área de Proteção Ambiental. Não há Bope que resolva falta de planejamento urbano.Economia



6. Banco do Brasil anuncia corte de juros.
Mesmo com a crise financeira, o Banco do Brasil não vinha aliviando a mão nos juros para pessoas físicas. Depois de um "puxão de orelhas" do presidente Lula, como diz o Correio Braziliense (para assinantes), os clientes do BB terão encargos menores se quiserem rolar a dívida do cartão. O juro mínimo vai cair de 4,23% para 3,79% ao mês. Empresas com dificuldades de capital de giro ou buscando financiamento para exportação também terão taxas mais convidativas.



7. A reforma tributária depois da crise.
A Folha (para assinantes) traz um artigo assinado pelos secretários de Fazenda de São Paulo, Mauro Ricardo, e do Rio de Janeiro, Joaquim Levy, sobre a votação do substitutivo da reforma tributária aprovado pela Comissão Especial da Câmara. Segundo os dois, os deputados devem considerar, antes da votação, uma série de riscos decorrentes da atual crise na economia mundial e do novo mundo que está surgindo por causa do baque financeiro. A reforma, afirmam os secretários, não deve engessar ainda mais a Constituição Federal, com detalhes pontuais, mas estabelecer as linhas mestras do arcabouço tributário do século 21. Isso quer dizer que muito dos 400 dispositivos do longo substitutivo podem representar um entrave daqui a alguns anos, quando esses pontos podem não mais representar a realidade tributária do país. Apesar das considerações, os autores reafirmam o valor do substitutivo, mas salientam que os Estados e setores econômicos devem ver a reforma como um complexo orgânico, em que a melhoria do todo é mais importante que a inclusão de dispositivos que atendam exclusivamente a interesses específicos de determinado setor.


8. Obama: a promessa de "mudança" será cumprida?.
Barack Obama foi eleito presidente dos Estados Unidos com o atraente discurso da mudança, mas a nomeação de sua equipe econômica vem despertando críticas por causa da escolha de personagens já conhecidos de outras administrações. Entre eles está Paul Volcker, ex-presidente do Federal Reserve (banco central americano) que já prestou seus serviços a democratas e republicanos. Segundo o The Wall Street Journal, Obama se defende afirmando que as mudanças virão de cima, ou seja, dele. O presidente eleito também afirma o valor dos veteranos da economia americana e salienta que as mudanças virão de um combinado de experiência com pensamento renovado. Até o momento, Obama tem sido cauteloso para julgar o tímido papel que o presidente George W. Bush tem tido diante da c rise. As decisões governamentais estão sendo tomadas pela sua equipe econômica e a última entrevista coletiva de Bush foi em julho. O medo dos analistas americanos - e do mundo - é que o novo presidente esteja sentindo os mesmos medos do atual titular da Casa Branca e que seu mote de mudanças redunde em ações limitadas e pouco inovadoras sobre a crise.


9. O perigo atômico mora ao lado.
Cumprindo sua série de visitas oficiais à América Latina, o presidente russo, Dmitri Medvedev, assinou hoje na Venezuela um tratado bilateral para promover o desenvolvimento de energia nuclear para fins pacíficos. O acordo entre Caracas e Moscou tem enorme dimensão geopolítica, já que simboliza o aprimoramento do know-how nuclear do governo de Hugo Chávez e também é uma clara demonstração de força de Medvedev em uma das principais zonas de influência dos Estados Unidos. O temor é que nas entrelinhas do acordo para fins pacíficos estejam obscuras transferências de tecnologia atômica que possam ser utilizados para fins bélicos pela Venezuela. A BBC Brasil recorda que a Rússia é um dos principais fornecedores de armas para o país sul-americano, que comp rou US$ 4 bilhões em armamentos russos apenas nos últimos quatro anos.



10. O perigo da saída das tropas americanas do Iraque.
O parlamento iraquiano aprovou nesta quinta-feira o acordo com os Estados Unidos que estabelece como 2011 o prazo final para a retirada das tropas americanas do país, relata o El País. Segundo o jornal, o acordo foi fruto de intensas negociações entre os partidos da maioria xiita e seus aliados curdos e os partidos da minoria sunita, que temem perseguição política e religiosa após a saída dos americanos. Isso porque os sunitas eram dominantes durante o governo ditatorial de Saddam Hussein. O sucesso do acordo está sendo creditado ao presidente Nuri al Maliki, que conseguiu fazer com que os dois lados entrassem em consenso e estabelecessem garantias de que não haverá perseguição política aos a ntigos membros do governo de Saddam. O acordo também afirma a autoridade do governo iraquiano sobre as tropas americanas e retira a imunidade dos soldados em relação a alguns crimes. A expectativa da população iraquiana é grande. Resta saber se os rancores políticos e religiosos - agravados por décadas de um governo opressor e de uma guerra covarde - não farão com que o acordo falhe e que a onda de terror piore após a saída das tropas americanas.

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