sábado, 1 de novembro de 2008

Entenda como é a eleição nos EUA.


Os Estados Unidos vão escolher o seu novo presidente em 4 de novembro de 2008. Mas até lá o país percorrerá um longo caminho, que já começou com a campanha dos pré-candidatos dos dois principais partidos: o Democrata e o Republicano.


Cada partido abre espaço para a disputa da Presidência desde que a pessoa seja americana de nascimento e residente no país há pelo menos 14 anos, e que tenha, no mínimo, 35 anos de idade. A definição do vencedor é uma eleição à parte dentro do próprio partido - chamada de primárias.


As primárias começaram no dia 3 de janeiro, com a disputa no estado de Iowa (na região central dos Estados Unidos). Mas foi somente no dia 5 de fevereiro que as duas siglas, adversárias históricas, tiveram a principal disputa: foi a ‘Super Terça’, quando praticamente a metade dos 50 estados do país (além do distrito de Colúmbia) realizará suas eleições primárias.


Como funcionam as primárias.
Os votos nas primárias foram dados pelos representantes de cada partido. Em cada estado a definição do grupo desses representantes pode ser diferente. Em alguns, votam apenas os filiados do partido. Em outros, votam também os cidadãos comuns.


As votações também podem ser feitas nos chamados caucus, que são pequenas assembléias eleitorais realizadas em escolas ou outros locais públicos e durante as quais os participantes, essencialmente militantes, designam delegados entre os candidatos em disputada. Estas pessoas escolhem por sua vez, delegados do condado, depois do distrito, para, enfim, chegarem ao Estado. São estes últimos representantes que irão à convenção de seu partido e votarão no candidato definitivo.


Terminada a votação em cada estado, os partidos fazem seus congressos nacionais, nos quais os candidatos são finalmente oficializados, apesar de já se saber antes o vencedor, pela soma dos delegados conquistados nos estados.


O congresso democrata foi realizado entre os dias 25 e 28 de agosto, em Denver, no Estado do Colorado. Já o republicano ocorreu entre os dias 1º e 4 de setembro, em St. Paul, no estado de Minnessota. Ganhando, óbvio, quem tive mais votos.


Podem também concorrer à Presidência dos Estados Unidos candidatos independentes. O prazo final para a inscrição dos candidatos foi o dia 5 de setembro de 2008.


O colégio eleitoral dos EUA.
Definidos os candidatos de cada partido, a campanha volta seu foco para os eleitores comuns, apesar de a eleição não ser tecnicamente direta. Os mais de 200 milhões de eleitores norte-americanos darão o seu voto (que não é obrigatório) para o presidente, mas não serão eles que determinarão o resultado final.


No Brasil, vence a eleição presidencial o candidato que somar mais votos em todo o país, independentemente dos resultados parciais de cada estado. Nos Estados Unidos não é assim: o resultado de cada estado é o que conta. É o chamado Colégio Eleitoral, sistema pelo qual cada estado nomeia um certo número de "delegados" que então escolhem o presidente.



Esses representantes ou delegados são eleitos dentro do próprio Estado, e cada estado tem uma maneira de eleger os seus. O que está estabelecido é que senadores e deputados são proibidos de fazer parte do Colégio Eleitoral, segundo a Constituição.


Os delegados seguem o voto popular.
Pelo sistema norte-americano, cada eleitor dá o seu voto no Estado onde mora. Ao final da apuração é que entra o papel dos “delegados”, que quase sempre seguem o voto para o candidato escolhido pela maioria da população do Estado que fazem parte (em raras ocasiões, delegados individuais já se "rebelaram" e não seguiram o voto popular de seus Estados).



Há uma outra especificidade do Colégio Eleitoral que marca a eleição norte-americana: na maior parte dos Estados, o candidato que ganhar o maior número de votos populares leva todos os delegados desse estado.


Por esse sistema, mesmo que um candidato “X” tenha obtido, por exemplo, 30% dos votos da população de um Estado, esses votos não terão nenhum peso na contagem final se o seu adversário “Y” ganhar a maioria dos votos populares (51% ou mais).



Mais habitantes, mais poder.
O Colégio Eleitoral dos Estados Unidos divide o país com base em sua população. Quanto mais habitantes um estado tem, mais poderoso ele é na hora de dar seus votos a um determinado candidato.


Cada estado tem um número mínimo de três delegados. É o caso de Delaware, que tem 853 mil habitantes.


A Califórnia, o estado mais populoso do país, com 36 milhões de habitantes, é o que tem mais peso no colégio eleitoral: 55 votos. Já Nova York, com 19 milhões de habitantes, tem 31 votos.


O colégio eleitoral norte-americano tem, ao todo, 538 representantes. Vence a eleição presidencial o candidato que conseguir pelo menos 270 votos.


Curiosidades.
E se nenhum dos candidatos à Presidência ou vice-presidência receber ao menos 270 votos? Os três que receberam mais votos do Colégio Eleitoral vão para uma nova eleição. Neste caso, porém, a decisão passa do Colégio Eleitoral para a Câmara de Representantes, onde cada Estado tem um voto.


O sistema eleitoral norte-americano pode trazer resultados curiosos: nem sempre vence a eleição quem tem mais votos em todo o país. Isso aconteceu recentemente, em 2000, quando o democrata Al Gore teve mais votos entre a população do que o republicano George W. Bush, mas acabou perdendo a eleição. Esse fenômeno também aconteceu com John Quincy Adams (em 1825), com Rutherford Hayes (em 1877) e com Benjamin Harrison (em 1889).


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