terça-feira, 30 de setembro de 2008

A propósito da crise americana (parte 02)


Só para ilustrar o que a Veja escreveu semana passada, aí vai o trecho final da reportagem sobre a crise norte-americana:

"Na sua fase de crescimento, essa mesma bolha, esse mesmo sistema tóxico e demonizado da semana passada, foi o que produziu a liquidez mundial capaz de tirar da miséria centenas de milhões de pessoas na China e no Brasil, principalmente. Graças ao sistema financeiro, quase meia centena de países antes estagnados hoje cresce a taxas de 7% ou mais por ano. O aumento do nível e da qualidade de consumo no Brasil, a economia pujante do país e, por conseqüência, a popularidade recorde do presidente Lula se devem a cabeças brilhantes e maquiavélicas de Wall Street que inventaram esses gigantescos instrumentos de liquidez mundial. Por esse prisma, é uma pena que a bolha tenha estourado. Limpar a bagunça vai custar cerca de 1 a 2 trilhões de dólares – o mesmo custo de cinco a dez anos de guerra no Iraque. Quem vai pagar? O contribuinte americano. Mas boa parte disso será recuperada pelo Tesouro americano no mercado."


Ou seja, nem Deus fez mais do que os Estados Unidos e seus asseclas liberais de Wall Street. Bonito, não é? Pena que não é verdade.

3 comentários:

Anônimo disse...

Nessa a veja se superou. "Tirar da miséria centenas de milhões de pessoas", tirar da "estagnação" "quase meia centena de países". Ora, se são estas as grandes vítimas da especulação irresponsável dos figurões que bricam com os rumos da economia como num jogo de tabuleiro. Realmente é uma pena a "bolha ter estourado", pois, ao contrário do que a Veja diz, quem vai pagar (como sempre) são as economias emergentes, que mais uma vez terão seu crescimento atrasado por serem reféns de todo esse sistema. O "contribuinte americano" não pagará mais do que já paga para financiar a "guerra contra o terror" e este logo será beneficiado pelo protecionismo estadunidense. Nós, ao contrário, continuaremos vivendo em um país subdesenvolvido, onde as pessoas nem mesmo tem direito à verdadeira informação sobre a causa de sua pobreza e os meios para superá-la, pois são influenciados pelas "vejas" e "globos" da vida. Parabéns a vocês (do SIS), que vêm promovendo o conhecimento agregado ao pensamento crítico. Um verdadeiro formador de opinião precisa ter isenção e responsabilidade.

Adailton Figueiredo disse...

Alcoforado,

Em nome dos colegas do CIS agradeço seus comentários e elogios ao nosso trabalho e espero que voce continue colaborando conosco para a formação de uma sociedade mais justa.
Adailton.´.

Anônimo disse...

Sem contar que a Editora Abril agora pertence a um grupo sul-africano,o Nasper, grupo de mídia que apoiou o regime do Apartheid desde o início até o seu fim.

Precisa mais??