sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Alca impediria exploração do pré-sal, diz Batista Júnior


O representante do Brasil no Fundo Monetário Internacional (FMI), Paulo Nogueira Batista Júnior, avaliou ontem, no seminário sobre os 200 anos do Ministério da Fazenda, que o projeto de exploração do petróleo da camada do pré-sal em estudo pelo governo não seria possível nos termos pretendidos se o País tivesse entrado na Área de Livre Comércio das Américas (Alca).

Segundo o economista, o governo brasileiro, “com toda razão”, está pensando em um projeto de exploração desses recursos naturais de forma conjugada a uma política industrial, que envolve planos para os setores que fornecerão os insumos e os equipamentos.

Nogueira Batista destacou que esses planos dependem de medidas de incentivo e preferências em relação a compras governamentais. Ele afirmou que “nada disso seria possível com a Alca” dentro do modelo que alguns países da América Latina assinaram com os EUA. Segundo ele, as políticas que estão sendo preparadas pelo governo brasileiro seriam consideradas ilegais e vetadas “pelo tratado (Alca) com a maior potência do mundo”.

Nogueira Batista destacou o fato de que o governo brasileiro, em 2003 e 2004, “com grande habilidade e sem confrontação”, se alinhou com países da América Latina para desfazer o projeto de integração do hemisfério à Alca, que estava andando “a grande vapor” e vinha “com grande ímpeto” do governo anterior. “O governo brasileiro conseguiu bloquear (a Alca). Sem isso, o Brasil não teria reais oportunidades de um projeto de desenvolvimento.”

(Retirado de O Estado de São Paulo)

3 comentários:

Anônimo disse...

Graças a LULA!! Se nao fosse ele, nao sentiriamos nem o cheiro do CO2 liberado desse petroleo!

RenatoSuassuna disse...

Fica a dúvida: É possível fazer um acordo de qualquer tipo com os EUA sem que eles sempre acabem ganhando e o Brasil perdendo?

João Carlos Rocha disse...

Dizem os analistas de Política Internacional que sempre a balança pesou mais para o lado norte-americano. Por isso, a atual política externa brasileira visa criar uma perspectiva de afirmação frente aos Estados Unidos.