Tropas russsas enfrentam forças georgianas pelo controle da Ossétia. Região se livrou do controle da Geórgia há mais de 15 anos.
Os combates iniciados na última sexta-feira (8) com a invasão da Ossétia do Sul pela Geórgia, seguida pela reação russa, são na verdade o ponto culminante de um processo de tensão local que existe desde o início da década de 90.
A Ossétia do Sul é um território de mais ou menos quatro mil quilômetros quadrados localizado cerca de 100 quilômetros ao norte da capital da Geórgia, Tbilisi, na encosta sul das montanhas do Cáucaso.
O colapso da União Soviética alimentou o nascimento de um movimento separatista na Ossétia do Sul, que sempre se sentiu mais próxima da Rússia que da Geórgia. A região livrou-se do controle georgiano durante uma guerra travada em 1991 e 1992 e na qual milhares de pessoas morreram. A Ossétia do Sul mantém uma relação estreita com a vizinha russa Ossétia do Norte, que fica do lado norte do Cáucaso.
A maior parte de seus quase 70 mil habitantes é etnicamente distinta dos georgianos e fala sua própria língua, parecida com o persa. Essas pessoas afirmam ter sido absorvidas à força pela Geórgia, durante o regime soviético, e agora desejam exercer seu direito à autodeterminação.
O líder separatista é Eduard Kokoity. Em novembro de 2006, vilarejos da Ossétia do Sul que continuam sob o controle da Geórgia, elegeram um líder rival, o ex-separatista Dmitry Sanakoyev. Sanakoyev conta com o apoio do governo georgiano, mas sua influência estende-se por somente uma pequena parte da região.
Apoio russo
Cerca de dois terços do Orçamento anual da região, de cerca de US$ 30 milhões, vêm do governo russo. Quase todos os moradores dali exibem passaportes russos, e usam o rublo russo como moeda.
Cerca de dois terços do Orçamento anual da região, de cerca de US$ 30 milhões, vêm do governo russo. Quase todos os moradores dali exibem passaportes russos, e usam o rublo russo como moeda.
A estatal russa Gazprom, uma gigante do ramo do gás, está construindo novos gasodutos e novas instalações para abastecer a região desde a Rússia. As obras foram avaliadas em 15 bilhões de rublos (US$ 640 milhões).
Influência
O estado de 'cristalização' do conflito na Ossétia do Sul, assim como o da outra região separatista georgiana, a Abkházia, permitiu à Rússia preservar um instrumento vital de influência sobre seu vizinho do sul.
O estado de 'cristalização' do conflito na Ossétia do Sul, assim como o da outra região separatista georgiana, a Abkházia, permitiu à Rússia preservar um instrumento vital de influência sobre seu vizinho do sul.
Moscou também quer um fim na tentativa da Geórgia de integrar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan, a aliança de defesa ocidental). Há pouco, o ministro russo do Exterior, Sergei Lavrov, em um longo ensaio sobre a posição da Rússia no mundo, insistiu que a Otan deve ser suplantada como o principal fiador da segurança européia.
Nesta vertente de suspeita em relação à Otan e ao Ocidente, uma outra corrente de pensamento acredita que o presidente georgiano Mikhael Saakashvili na verdade está tentando arrastar a Otan para uma intervenção na disputa de seu país com Moscou.
Saakashvili já tentou propagar a idéia de sua integração à Otan como um fato, não uma possibilidade no longo prazo. Então, daqui por diante, parece inconcebível que a Otan se envolva.
Tensão
A consultoria Strategic Forecasting disse que a Geórgia representava o "ponto de conflito mais tenso das relações entre a Rússia e o Ocidente" por ser, no mapa-múndi, a área de influência das potências ocidentais localizada mais a leste.
A consultoria Strategic Forecasting disse que a Geórgia representava o "ponto de conflito mais tenso das relações entre a Rússia e o Ocidente" por ser, no mapa-múndi, a área de influência das potências ocidentais localizada mais a leste.
"O que está em jogo aqui é saber se fazer fronteira com a Rússia e, ao mesmo tempo, ser um aliado dos EUA seria uma combinação suicida. Independente de como isso se resolverá, a dinâmica de toda a região está prestes a ser virada de ponta cabeça", disse consultoria em uma nota.
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo
09.08.2008 23h56min.
09.08.2008 23h56min.
3 comentários:
finalmente uma lu sobre esse conflito! agora sim eu posso pesquisar e me aprofundar mais!!
=D
gabi regis
Prof Adailton
Texto muito bom,pode ter certeza que vai ser proveitodo para todos
Augusto Manoel
Já muito tentei ler à respeito desse conflito, porém, nada foi tão esclarecedor. Continuem assim e o blog continuará sempre a mil e muito bem divulgado!
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