sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Historia em quadrinhos (29)

Fonte: http://www.ivancabral.blogspot.com/

Declaração de Imposto de Renda começa segunda-feira.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Mera ficção política

As ratazanas já se refestelam com as migalhas que caem dos banquetes dos gatunos. Fartam-se, ambos, outrora aparentes inimigos, com as iguarias que somente as mesas palacianas são contempladas; sofisticados pratos e finos licores encantam os mais exigentes paladares. Sorrisos enfeitam rostos que mais parecem molduras do cinismo. Elogios rasgados são alardeados a cada conviva chegado: o desfile da hipocrisia sempre encontra passarela adequada nos tapetes do poder. Abraços e apertos de mãos selam a imolação da verdade. O Jingle tantas vezes repetido nas ruas é a trilha da traição e sufoca as vozes que vem dos subúrbios doentes, das vielas inseguras e dos barracos mendicantes. O egoísmo desses parasitas sociais não lhes permite a decência da sensibilidade. Tramóias políticas são arquitetadas com requintes que deixariam os escritos de Nicolau Maquiavel, em “O Príncipe”, como exemplo de lisura. Dá medo.

Essa opereta dos horrores se repete ao fim de cada campanha política, nestas terras de xavantes, tupinambás, potiguares e outros índios. Os linchadores da verdade e vendilhões de promessas já desarmaram suas tendas e, agora, contabilizam seus dividendos e distribuem os últimos vinténs aos garotos de programas eleitoreiros. As promessas mirabolantes ou não vão para as prateleiras do esquecimento e um batalhão de serviçais da indecência se prostram vilmente em homenagem aos descuidistas de sonhos alheios à cata, certamente, de uma promoção que lhes garantam tetas mais fartas nos currais da burocracia; rábulas - carrascos da justiça - , engenheiros dos subterrâneos da moral, urbanistas maquiadores do caos, mercenários da saúde pública, disfarçados na limpidez dos jalecos e mestres na arte do estelionato rastejam pelas pocilgas dos conchavos, tentando se saciarem das sobras dos coxos. Na verdade, nos monturos dos desgovernos se encontra de tudo e nada se presta à nobreza da reciclagem; tudo está podre na circunvizinhança do fétido poder. Dá náusea.

O Estado, que no pensar de teóricos como, por exemplo, Rousseau ou Montesquieu, deveria ser o guardião dos interesses coletivos, tornou-se, em determinados momentos, espólio para aventureiros. Vilipendiado, serve a quase todos, exceto ao bobo da corte, neste caso, o cidadão. O contribuinte, na maioria das vezes, exigido à exaustão, sente-se sangrado em seus parcos ganhos; quase comatoso, não vê como estancar tamanha hemorragia; pior; não sabe quem pode socorrê-lo. Vê-se à mingua, no desespero dos inocentes condenados já no patíbulo. Todavia, conclui o pagador de impostos, cada qual, mesmo os puros, tem seu cadafalso e se conforma. Dá pena.

E segue-se, nas altas rodas, a partilha de cargos e bens. Ávidos por poder balconistas e fregueses sem honra repartem as vestes do erário público e prostituem os restos dos frangalhos de seus nomes já atolados na lama da história. Compradores e vendedores emporcalham-se no mesmo charco num espetáculo deprimente para uma platéia que assiste a tudo inerte. Parece que o cidadão perdeu a capacidade de se indignar e se deixou dominar pela canga da desprezível subserviência. Dá nojo!

Ainda bem que isso não ocorre entre nós. Todavia, ficção tem lá suas profecias e algumas se cumprem. Portanto, cuidado cidadãos. Só em pensar, dá arrepios!
Adailton Figueiredo, professor de História.

Londres foi cúmplice em tortura, diz ex-preso de Guantánamo


Um ex-morador britânico que alega ter sido brutalmente torturado em uma instalação da CIA em Marracos foi libertado nesta segunda-feira, 23, após cerca de cinco anos anos na prisão americana de Guantánamo, na primeira soltura do governo do presidente Barack Obama. Em suas primeiras declarações, o etíope Binyam Mohamed (foto) acusou o governo americano por ter orquestrado sua tortura e disse que agentes britânicos foram cúmplices.

"Devo dizer, com tristeza, que muitos foram cúmplices de meus horrores durante os últimos anos. Para mim, o pior momento foi quando me dei conta em Marrocos que as pessoas que me torturavam recebiam perguntas e material da inteligência britânica", afirmou Mohamed em nota.

O etíope destacou que não está em condições "físicas e mentais" para conversar com a imprensa assim que chegar a Londres, para onde viaja. "Tive uma experiência que nunca imaginei, nem em meus sonhos mais obscuros", acrescentou. "É difícil crer que fui sequestrado, levado para outro país, tudo de forma medieval e orquestrado pelo governo dos Estados Unidos."

Quando desembarcar na capital britânica, Mohamed será recebido por médicos, advogados, familiares e amigos. A decisão do governo americano de libertá-lo segue-se a uma solicitação formal do Reino Unido aos EUA feita em agosto de 2007, pedindo para que os cinco moradores britânicos remanescentes na prisão em Cuba fossem libertados.

Mohamed, de 30 anos, foi preso no Paquistão em abril de 2002 e havia sido levado para Guantánamo em 2004. Ele foi acusado de treinar em campos da Al-Qaeda no Afeganistão e de planejar a explosão de uma bomba radioativa nos EUA, mas nenhuma prova contra ele encontrada e o etíope nunca foi acusado formalmente.

Os EUA negam que ele tenha sido submetido a "rendição extraordinária" e o Marrocos sempre negou que o tenha detido no país. O caso de Mohamed recebeu ampla cobertura no Reino Unido. Neste mês, a Alta Corte britânica decidiu que a evidência da tortura a que foi submetido permaneça em sigilo, depois de os EUA afirmarem que a sua divulgação poderia ameaçar a cooperação no setor de inteligência entre Washington e Londres.

Fonte: http://www.tribunadonorte.com.br/, 23.02.2009, as 12h54min.

Acredite, se quiser!



Menina Fantástica chega a Venâncio Aires


Regina Krilow desfila pela cidade em carreata

A Menina Fantástica Regina Krilow, 18 anos, foi recebida com festa, em Venâncio Aires, no Vale do Rio Pardo. Acompanhada por uma multidão, ela desfilou pela cidade em um caminhão dos Bombeiros, acompanhada da família. Atrás, seguiu uma carreata com faixas saudando a mais jovem ilustre moradora da cidade. A prefeitura instalou um outdoor com uma foto de Regina no pórtico de entrada da cidade. Na Câmara de Vereadores, Regina foi homenageada e recebeu duas placas. Durante o Carnaval, ela poderá ser vista no camarote das autoridades, em Venâncio Aires, onde fica pelo menos até quarta-feira.




Nota do blog: Pelo amor de Deus, é possível uma coisa dessas? essa farra toda com recursos públicos, para festejar a mais nova "personalidade" brasileira. A que nível chegaram nossos políticos e nosso povo?

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Obama é comparado a macaco em charge.


Uma charge do jornal americano New York Post, publicada na edição de ontem, 18 de fevereiro, está causando polêmica por sugerir uma associação entre um macaco e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. No cartoon, dois policiais atiram contra um chimpanzé e um deles afirma: Eles vão ter de encontrar outro para fazer a próxima lei de estímulo (à economia). Na terça-feira, um chimpanzé atacou a amiga de sua dona no estado de Connecticut e a polícia acabou matando o animal a tiros. A direção do jornal usou o argumento da liberdade de expressão para defender o cartunista Sean Delonas, mas congressistas democratas e ativistas negros consideraram a charge uma clara manifestação de racismo.

Fim dos trotes violentos?


A Câmara aprovou ontem um projeto de lei que pune o trote violento em todas as instituições de ensino superior do país. A proposta segue agora para o Senado. Se virar lei, passará a multar em até R$ 20.000,00 quem cometer essa prática, além da possibilidade de cancelamento da matrícula por um ano. O projeto prevê, ainda, que as faculdades instaurem processo disciplinar contra os infratores mesmo que o trote ocorra fora de suas dependências, conta o Estadão. Pena que nossa mentalidade política continue essencialmente reativa: ou seja, só nos mexemos quando a situação chega a uma gravidade preocupante.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

ERRATA - GABARITO DO MÓDULO 1

Galera!

Ao rever o nosso módulo 1, verificamos um pequeno problema no primeiro gabarito, referente às questões de Teoria da História, Pré-História e Antiguidade Oriental.

As questões 10 e 11 estão com o gabarito incorreto. Abaixo está a correção. Por favor, façam a substituição.

10 - C
11 - C

Obrigado!

A indignação de Jarbas Vasconcelos (?)


Confesso que fiquei espantadíssimo (!) com o desabafo de Jarbas Vasconcelos, senador por Pernambuco, nas páginas amarelas da última edição de Veja. Jarbas tem história política e não pode ser confundido com um arrivista qualquer. No entanto, para quem não entendeu a ironia, meu espanto foi nenhum. Qual é a grande novidade? Loteamento de cargos públicos em troca de favorecimento político? Minha nossa! Isso acontece mesmo?

E só acontece agora, no governo Lula? E nos momentos em que o PMDB apoiou o PSBD (leia-se 1994-2002, governo FHC)? Paira um grande abismo na entrevista.

As declarações de Jarbas têm, fundamentalmente, fundo político, mirando 2010. O senador pernambucano é um dos pemedebistas que busca se articular com José Serra para as próximas eleições presidenciais. Mas, para que isso aconteca, é necessário desacreditar a parcela do partido que apóia o atual governo. Dessa forma, a voz indignada do senador que representa o PMBD "histórico" apresenta-se com autoridade suficiente para abalar as aproximações de seu partido com o PT. Boa estratégia, não?

O jornalista Luís Nassif, um dos melhores jornalistas do nosso país, publicou em seu blog uma análise sobre a bombástica entrevista de Vasconcelos. Reproduzo abaixo o texto. Para mim, Nassif acertou na mosca.

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A estratégia de Jarbas

Não é difícil entender as razões por trás da entrevista do senador Jarbas Vasconcellos à revista Veja.

Na entrevista ele acusa seu partido, o PMDB, de abrigar corruptos e lutar por cargos. Faltou explicar onde está a novidade.

No governo FHC, esse mesmo PMDB, tendo como pontas-de-lança o Ministro dos Transportes Eliseu Padilha e Gedel Vieira Lima, uma seleção enriquecida por Gilberto Miranda e outros notáveis, negociou cargos, benesses e massacrou Itamar Franco na convenção do partido. E os episódios ocorreram nos tempos em que Jarbas era dos grandes nomes do partido. É o mesmo PMDB de agora, com os mesmos personagens de antes.

O papel do PMDB e as formas de cooptá-lo fazem parte do know-how de governabilidade criado por FHC e apropriado por Lula. Então, qual a razão da indignação tardia de Jarbas? É aí que se entra na parte mais interessante da entrevista: a maneira como foi preparada.

Na semana passada Lula colocou o bloco de Dilma na rua. O fato veio acompanhado da divulgação das pesquisas de popularidade do governo, da constatação de que as medidas anticíclicas começam a dar certo, do encontro de prefeitos.

Esse início, aparentemente avassalador, assustou o PSDB. Serra ensaiou seu PAC contra a crise (cinco meses depois da crise deflagrada!). E, em reunião na casa de FHC, decidiu-se, de um lado, acirrar os ataques ao governo no Congresso, dificultando a aprovação de medidas. De outro, criar um fato político que contrabalançasse o jogo. Não havia denúncias à mão. As grandes denúncias ficaram no primeiro governo Lula. As denúncias-tapioca não pegam mais.

Decidiu-se, então, pela entrevista do Senador Jarbas Vasconcellos à revista Veja. Jarbas é ligado a Serra e, muitas vezes, pensou-se na dobradinha para as eleições presidenciais. Há tempos perdeu o ímpeto político. Na segunda metade do seu governo, praticamente passou o comando ao vice-governador e alienou-se completamente da administração. Questões existenciais compreensíveis, pelas quais passam todas as pessoas. Mas tem uma bela reputação, formada nos tempos em que era do extinto PMDB autêntico.

Foi convocado, então, para criar o fato político. O órgão escolhido foi a revista Veja – com a qual Serra mantém relações recentes, porém estreitíssimas (é ele, por exemplo, o principal avalista do tipo de jornalismo praticado por Reinaldo Azevedo).

A entrevista de Jarbas é um prato feito e óbvio. Primeiro, critica seu próprio partido, para ganhar credibilidade – e porque o partido está na base de sustentação do governo.

Depois, parte para os ataques seletivos. Ataca o presidente do Senado José Sarney, que é contra Serra, e poupa o da Câmara, Michel Temer, que é a favor. A rigor, não existe diferença de estilo entre ambos. Até pouco tempo atrás, a Codesp era loteada para Temer. Depois, atacou Renan Calheiros, que é contra Serra, e poupou o alvo preferencial dos moralistas políticos do passado, Orestes Quércia – que virou serrista.

Julgando ter passado uma visão desprendida da política, uma visão escoteira do sujeito só e com sua consciência, Jarbas ganha moral para avançar no alvo que interessa. Aponta a conivência de Lula com a corrupção – por só demitir acusados depois de comprovada a culpa -, deixa de lado pontos chatos – como o amplíssimo sistema de cooptação montado por Eliseu Padilha no DNER, no tempo de FHC. Critica a Bolsa Família e se refere assim aos possíveis candidatos de 2010:

Sobre Dilma

Como o senhor avalia a candidatura da ministra Dilma Rousseff?

A eleição municipal mostrou que a transferência de votos não é automática. Mesmo assim, é um erro a oposição subestimar a força de Lula e a capacidade de Dilma como candidata. Ela é prepotente e autoritária, mas está se moldando. Eu não subestimo o poder de um marqueteiro, da máquina do governo, da política assistencialista, da linguagem de palanque. Tudo isso estará a favor de Dilma.

Sobre Serra

O senhor parece estar completamente desiludido com a política.

Não tenho mais nenhuma vontade de disputar cargos. Acredito muito em Serra e me empenharei em sua candidatura à Presidência. Se ele ganhar, vou me dedicar a reformas essenciais, principalmente a política, que é a mãe de todas as reformas.

Ou seja, a opinião sobre Serra é desinteressada, apenas de um apaixonado. Mesmos os amigos mais fiéis de Serra jamais deixaram de reconhecer nele as características que Jarbas aponta em Dilma: autoritário e prepotente. Mas a paixão é cega.

Dado o tiro de largada, ontem o Jornal Nacional repetiu e hoje os analistas políticos passam ao seu esporte predileto: a indignação seletiva.

A política brasileira é uma colcha de retalhos, com furos para todos os lados. O que a imprensa faz é selecionar o furo que lhe convém e aplicar na defesa dos seus próprios interesses – e de seus aliados.

Só que a imagem de imprensa neutra e defensora dos altos valores da moralidade já não existe: se esboroou a partir da campanha de 2006.

Um ano depois, alguém ousaria dizer que Veja é melhor do que Renan?

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Exército dos E.U.A. recruta imigrantes oferecendo cidadania americana.


O país decidiu abrir o alistamento para estrangeiros que têm visto temporário há pelo menos dois anos. Como prêmio, os novos soldados têm a chance de ganhar o green card em seis meses. É a primeira vez desde a guerra do Vietnã que os EUA recrutam estrangeiros para reforçar sua força militar, informa o jornal americano The New York Times. O Exército alega que esses estrangeiros podem ter uma qualificação melhor do que os americanos que costumam alistar-se - mas pode-se supor que a pressão pública pelo fim das intervenções no Iraque e no Afeganistão diminua, com menos americanos participando das ações, e morrendo.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Lendas Urbanas


O blogdogeohistoria está inicando um projeto de catalogar lendas urbanas cujo cenário seja obrigatoriamente a cidade do Natal-RN. Portanto, quem conhecer alguma historia de assombração, envolvendo pessoas ou prédios da nossa cidade, favor nos enviar o relato e as fotos do local.

Esse é um longo trabalho de pesquisa de história oral que o professor Adailton Figueiredo está iniciando para resgatar as lendas urbanas da nossa cidade.

Desde já, ficamos gratos.

Envie para nosso blog ou para o e-mail:
adailtonfigueiredo@uol.com.br

Por que o medo.

A CRISE MUNDIAL que vivemos não tem precedentes e está vinculada a outra que deixou o socialismo à morte. Marx concebeu sua teoria num mundo que não existe mais: nem na geografia política, econômica e social, nem no estilo de vida. O sonho de Marx em "O Capital" (1867-1894) -a cada um segundo sua necessidade, o fim da exploração do homem pelo homem e a sociedade sem classes, visão generosa- entrou para o cemitério das superações de que é formada a história. Não sobreviveu ao comunismo de Lênin, que levou a União Soviética a pensar em dividir o mundo e terminou melancolicamente no fim da década de 80. Adam Smith, em 1776, em "A Riqueza das Nações", imaginou que a liberdade econômica era a solução para compartilharmos o direito de viver utilizando os recursos naturais da terra, a distribuição de bens, o trabalho e a convivência humana, tese que também desapareceu.Sua visão entra no caminho do sepulcro. Tudo muda, porque cada geração é uma geração a construir um outro mundo. Como caiu o Muro de Berlim, desmoronou Wall Street, por coincidência também muro. E veio abaixo com ela a cadeia que sustentava em todos os países do mundo o sonho do mercado, objeto mais sagrado da economia capitalista. A crise é, portanto, a do capitalismo, seja o de Keynes que foi abandonado, seja o da era de ouro que foi o neoliberalismo, a doutrina de Chicago, a criação de uma economia de moedas que se expandiam num vazio, como se fosse um universo em expansão sem limites, chegando mesmo, num otimismo utópico, à proclamação do fim da história. Há quase 20 anos, quando estive em Xangai numa reunião do Conselho Mundial de Interação, escrevi, e depois repeti muitas vezes, que o mercado era atividade-meio da economia, podia muita coisa, mas não podia tudo. Que o fim do comunismo fora fruto de seus próprios equívocos. E enfatizei que, ao contrário de contar vitórias, o capitalismo tinha de se renovar, resolver seus erros e contradições internas, senão iria acontecer com ele a mesma coisa. E está acontecendo. A globalização está se desglobalizando, o protecionismo renasce com força. O comunismo de Estado matava a liberdade. O mercado sem freios expande a pobreza, explora os mais fracos e protege os mais fortes. Não falo em terceira via. Falo no início da visão de um mundo justo, fora do hedonismo do consumo escandaloso, do império do lucro sobre o humanismo do respeito ao direito de viver dignamente: sem fome, sem guerra, sem medo. Um dia essa utopia acontecerá. Poderá consumir muitos séculos se o homem em sua loucura não acabar com o mundo ele mesmo.


José Sarney, escritor e senador.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Shimon Peres defende dois Estados na questão árabe-israelense.


O homem que vai decidir o futuro governante de Israel defendeu, em artigo publicado ontem no The Washington Post e reproduzido hoje pelo Estadão, a solução de dois Estados para o conflito árabe-israelense. Recentemente, algumas figuras importantes se posicionaram a favor de um Estado único na Palestina, entre eles o líder líbio Muamar Kadafi. Na visão de Shimon Peres, essa proposta tem falhas intrínsecas que a anulam por completo, como a crença em que o povo judeu abdique da existência de um Estado judaico. O presidente israelense acredita que não há como palestinos e judeus conviverem no mesmo espaço harmoniosamente. Mas não é de todo cético: Talvez, um dia, eles concluam, como na Europa, que não devem existir fronteiras que inibam a coordenação econômica ou sirvam de motivo para a guerra.

Prefeitura do Rio de Janeiro cria cota para moradores de rua.


O prefeito Eduardo Paes (foto), PMDB, prefeito do Rio de Janeiro, vai assinar um decreto determinando que prestadoras de serviço para o município reservem 10% de suas vagas para moradores de ruas que estejam em abrigos. O Globo informa que os empresários do ramo de limpeza e conservação pública se irritaram com a possível medida, alegando que a prefeitura está tentando "empurrar" para eles a responsabilidade de resolver o problema da população de rua.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Deputado do Castelo renuncia à corregedoria.


O deputado Edmar Moreira (DEM-MG), dono do Castelo Monalisa, no interior de Minas, telefonou ontem à noite para o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), para comunicá-lo de sua renúncia à corregedoria da Casa. Acusado de ter omitido em sua declaração de renda o tal castelo, avaliado em R$ 25 milhões, Edmar foi convencido a deixar o cargo para ainda tentar salvar o mandato, informa O Globo. Embora, pelo regimento interno, o deputado só possa ser afastado pela cassação de seu mandato em plenário, ele acabou cedendo às evidências de que o DEM poderia reivindicar seu mandato para o partido, após expulsá-lo da legenda, diz o jornal. A estratégia pode diminuir um pouco o foco sobre Edmar, mas parte de seu castelo já começou a cair...

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Carta testamento.


Cansei. E não é o cansaço físico que o sono justo e reparador entre o pôr e o nascer do sol tenha condições de resolver. Minha fadiga, talvez seja partilhada por um batalhão de cidadãos comuns, Marias e Josés, que são comprimidos, como gado para o abate, nos ônibus e alternativos da vida, quando se dirigem para os seus trabalhos discreta e injustamente remunerados, nestas terras de marajás e outras pedantes e insuportáveis sumidades municipais, estaduais e federais de plantão.

Cansei, confesso; plena e irremediavelmente! A mediocridade que impera no nosso tempo, venceu-me, admito. Fui batido pelas celebridades contemporâneas que ao invés de cérebro expõem apenas nádegas e seios siliconados, e, em outros casos, bíceps e tórax bem definidos. Esses seres estranhos, alguns jovens e belos, outros nem tanto e outros ainda, nem uma coisa, nem outra, que geralmente, atendem por monossílabos ou, no máximo, dissílabos, adoram um diminutivozinho, “tipo” “homenzinho” ou “mulherzinha”. Esses seres me causam medo, não pelo que fazem ou dizem, já me acostumei com eles entre nós, mas pela herança genética que vão deixar! Augusto dos Anjos, em “A idealização da Humanidade Futura”, já havia me advertido e eu, à época, um teimoso idealista não acreditara... tenho que admitir que o grande poeta paraibano estava certo e parabenizá-lo não só pela percepção mas, principalmente, pelo fato de não ser obrigado a assistir a tamanho horror; é uma ópera bufa dos mortos-vivos, perambulando, impunemente, em calçadas e canteiros públicos, a arrancar as raízes do sossego alheio, com seus carros importados e seus CD’s piratas de alguns vinténs, tocando, às alturas, aqueles grupos falsários do forró ou charlatões do pagode; seguramente quadrilhas de homicidas da verdadeira música popular brasileira.

Cansei, confesso; plena e irremediavelmente! Não suporto mais os fantoches da mídia e suas opiniões, seus relatos sobre regimes para manter a forma, seus discursos hipócritas contra o cigarro, em nome da saúde, e, paradoxalmente, suas posturas etílicas pelos botecos das sarjetas periféricas; não suporto mais ver apenas as fitness da moda lotadas no verão e as bibliotecas vazias. As marionetes da televisão, a primeira vista parecem mansões de belos jardins e aprazíveis fontes; todavia, seus interiores dão guarida a desertos medonhos. São soldados acéfalos e obedientes; são cães de guarda das novas modas e das próximas ordens, apenas à espreita, à espera de um novo comando.

Cansei, confesso; plena e irremediavelmente! Perdoem-me se é que a virtude do perdão também ainda não foi destruída pela violência da insistente estupidez coletiva reinante. Não sou mais capaz de suportar os modismos débeis a desfilarem em shopping centers; a expansão do império dos desvalores, o coroamento da ignorância, a sagração do desprezível, a permissibilidade cômoda da covardia, o cinismo conivente dos libertinos e a platéia ensandecida desse zoológico humano ávida de trevas. Não suporto mais, apesar de ter tentado, nestes últimos anos, ser espectador desse espetáculo. Nego-me a beber deste vinagre e partilhar do que sobrou do banquete dos urubus. Permito-me quedar derrotado à declamar odes à putrefação, a cantar um réquiem para a qualidade e a dançar de braços dados com o caos. Nego-me, na decência dos vencidos, a aceitar o que não fui capaz de evitar e não sou capaz de derrotar, sozinho.
Adailton Figueiredo.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Informações dos cursos do CIS em 2009


O desabamento da indústria no Brasil.


Saíram ontem os números do IBGE sobre a produção industrial em dezembro de 2008, e o desempenho foi histórico - para baixo, infelizmente. A queda de 12,4% em relação a novembro (já descontados os efeitos sazonais) foi a mais intensa desde que o IBGE começou sua série histórica, em 1991. As razões, é claro, estão ligadas à crise econômica mundial. As exportações caíram muito, o crédito ficou escasso e consumidores e investidores perderam a confiança. Para o colunista da Folha Vinicius Torres Freire, o cenário só se compara ao do período do confisco de Collor ou da crise dos anos 1980. Segundo o Valor Econômico, diante desse resultado, alguns analistas já começam a projetar um PIB negativo para 2009 - se isso ocorrer, será a primeira queda anual desde 1992. É a crise fazendo suas vítimas e o problema que ela é contagiosa.

Congresso brasileiro sob velha direção.


No primeiro dia de novo comando no Poder Legislativo, o jornal O Globo traz alguns exemplos de como o Congresso continua "sob velha direção" (aliás, vale menção às frequentes chamadas criativas e sarcásticas do jornal carioca), sem citar o fato de que os presidentes da Câmara (Michel Temer) e do Senado (José Sarney) ocupam o cargo pela terceira vez. O corregedor da Câmara, Edmar Moreira (DEM-MG), propôs que a Casa não julgue mais deputados e mande os casos à Justiça pelo simples fato de que há o “vício insanável da amizade”. Fica a dúvida, então, sobre o porquê de existir uma Corregedoria. Outro caso é o de deputados que ganham salário por um dia de trabalho. O deputado Jorge Bittar (PT-RJ), secretário municipal de Habitação do Rio, foi a Brasília para a eleição da Presidência e vai receber um mês extra de salário (R$ 16.512,09) por conta dessa presença. Outros cinco deputados licenciados se encaixam nesse caso.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Obama enfrenta desafios para manter a ética em seu governo.


Uma reportagem do jornal The New York Times mostra presença de lobistas e sonegaores de impostos em vários cargos do governo Barak Oboma. Embora tenha defendido um rígido código de ética para seu governo desde o primeiro dia de mandato, Obama tem tido trabalho para explicar a nomeação de algumas pessoas, entre elas um lobista da indústria de armamentos que pode assumir o cargo de número dois do Pentágono. Outros questionamentos recaem sobre Tom Daschle, indicado para assumir a Secretaria de Saúde e Serviços Humanitários, e Timothy Geithner, Secretário do Tesouro, ambos em dívida com o fisco americana. O jornal classifica os desvios de ética como as letrinhas pequenas do contrato apresentado pelo novo presidente dos Estados Unidos.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Comunicado (II)


A coordenação do CIS comunica aos vestibulanos 2010 que a turma de História e Geografia, do sábado à tarde, dispõe nesta data, das últimas 12 vagas.

Outrossim, informa, ainda, que como os nossos isolados não fazem reserva de vaga, os interessados devem agilizar suas matrículas.

Prof. Henrique Lucena.
Coordenador.

Estádio delirante.

(Acima, maquete do complexo que será construido onde hoje ficam o Estadio Machadão, o ginásio Machadinho e o Centro Administrativo para que Natal possa receber jogos da Copa do Mundo de 2014.)

O delírio, Senhor Redator, pode ser um estado ou um estádio. No nosso caso, aqui nesta vila que foi Aldeia Velha de Felipe Camarão e Capitania Hereditária do mui lido senhor João de Barro, o intelectual amigo do rei, é um estádio. Surto ou estratégia, não importa. Basta saber-se que o plano de construí-lo parte da demolição de um conjunto arquitetônico - Machadão e Machadinho - para não citar os prédios do Centro Administrativo, tudo para uns incertos três jogos da Copa do Mundo.

Os que defendem a idéia, mesmo tocados pela boa fé, como é o caso do secretário Fernando Fernandes, parecem esquecidos - ou, tanto pior, desprezam - que a arquitetura, no mundo antigo ou moderno, faz parte dos traços culturais de um povo, daí o risco da demolição. Mais ainda se refletem um tempo, um estilo, um sentimento, uma marca da criação humana. É bem o caso do Machadão. E olhe, Senhor Redator, este cronista não tem espírito esportivo nem compleição física para exercê-lo.

Ora, se vivemos uma calamidade pública na saúde no Estado visto e decretado; um sistema estadual de ensino público degradado, com os piores índices de ineficiência; e uma segurança carente de investimento, como o governo se apresenta à opinião pública para anunciar a construção do que chamou de Arena das Dunas? Colosso encomendado aos gringos e a ser vendido em plena crise econômica mundial? Tenho pra mim, Senhor Redator, que isso é coisa do reinado da danação.

Das duas uma: se perdeu a fronteira do bom senso; ou, tanto pior, é por consciência que se ensaia esse jogo como um cenário maroto para alimentar no povo a ilusão de que assistirá a dois ou três jogos da Copa. É aquele artifício: se não acontecer, paciência. Foi feito o possível, a pantomima dos acordes na orquestração do povo. Com a Ponte Newton Navarro também foi assim. O governo acabou pagando a conta porque ninguém veio assumi-la para explorar seus lucros. E não havia crise.

Na Arena das Dunas, mesmo no imaginário do que faz o governo nesse campo de atuação, vão rosnar, isto sim, as feras do remorso nascido da irresponsabilidade de pretender construir não só um colosso de concreto armado, mas uma pequena cidade administrativa. Perdoem os governantes, se é que há capacidade de perdoar nas suas almas poderosas, mas é uma forma de luxúria perversa esse simulacro, esse gesto de anunciar uma obra que nasce da destruição de um patrimônio público.

É de espantar que alguns agentes executivos da Prefeitura apóiem a iniciativa na mesma hora em que discute um dito Plano de Fluição do Trânsito para Natal. Como, se querem plantar na nesga estreita entre duas grandes avenidas de penetração e escoamento - Cordeiro de Farias / BR 101 e a Prudente de Morais/Jorge O'Grady, que cobrem toda extensão urbana da cidade? Querem produzir o estrangulamento com uma convulsão total? É o estádio de delírio. Que Deus tenha piedade de nós.

Vicente Serejo, jornalista.
Nota do Blog: e você, estudante e cidadão potiguar, o que pensa sobre o assunto?

Corte de vagas afeta mais mulheres, jovens e negros.


Nas grandes metrópoles do Brasil, em tempos de crise, os maiores prejudicados com o desemprego são do sexo feminino, pretos ou pardos, jovens e com pelo menos o ensino médio completo, segundo dados da PME (Pesquisa Mensal de Emprego) levantados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) por solicitação da Folha. A informação é do repórter Pedro Soares, em reportagem disponível para assinantes do jornal e do UOL.

As mulheres representaram, na média de 2008, 58,1% dos desocupados. O percentual em dezembro, quando a crise já havia se instalado, era de 58,4%. Em 2003, ficara em 54,6%. Elas ganhavam cerca de 70% do salário dos homens.

Considerando a escolaridade, cresce a cada ano a parcela de desempregados com mais de 11 anos de estudo. Era de 39,9% em 2003. Em dezembro passado, o percentual era de 53,6%.

Já os pretos e pardos desempregados, segundo o IBGE, eram a maioria ao final de 2008 --52,4% do 1,606 milhão de desocupados nas seis principais regiões metropolitanas em dezembro de 2008.

Comércio e serviços.

O diretor técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), Clemente Ganz Lúcio, afirmou à Folha Online que o desemprego no Brasil deve se intensificar no primeiro trimestre de 2009, de maneira generalizada pelas regiões metropolitanas, e atingir outros setores como o comércio e os serviços.

O início do ano é um período, tradicionalmente, de menor atividade da economia e a taxa de desemprego aumenta em relação ao fechamento do ano anterior. A crise econômica, no entanto, deve elevar o patamar no primeiro trimestre deste ano.

A redução do nível do emprego, que já chegou à indústria no final do ano passado, também deve atingir os setores de serviço e comércio, que garantiu o bom desempenho do mercado de trabalho em dezembro.

"O desemprego no primeiro trimestre tem caráter sazonal [pelas influências típicas do período]. É esperado que o setor de comércio e serviço tenham, assim como a indústria já apresentou, aumento do desemprego".

No último mês de 2008, o comércio aumentou em 100 mil o número de postos de trabalho (variação de 3,6% em relação a novembro) e a construção civil, em 28 mil (alta de 2,8%). O setor de serviços teve leve recuo de 0,4% (38 mil postos a menos) e a indústria, queda de 1,1% (31 mil a menos).

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u496982.shtml, em 01/02/2009 - 11h33