quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Desafio em casa (parte 09)

Analise a letra da música de Luiz Gonzaga / Humberto Teixeira e descreva o movimento migratório em destaque.

Asa Branca
Quando oiei a terra ardendo qual fogueira de São João
Eu perguntei,ai a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação.
Que braseiro, que fornalha
Nem um pé de plantação
Por falta d'água perdi meu gado morreu de sede meu alazão.
Até mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
Então eu disse adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração.
Hoje longe muitas léguas
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Para eu voltar pro meu sertão.
Quando o verde dos teus oios
Se espalhar na plantação
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu voltarei, viu
Meu coração.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

A propósito da crise americana (parte 02)


Só para ilustrar o que a Veja escreveu semana passada, aí vai o trecho final da reportagem sobre a crise norte-americana:

"Na sua fase de crescimento, essa mesma bolha, esse mesmo sistema tóxico e demonizado da semana passada, foi o que produziu a liquidez mundial capaz de tirar da miséria centenas de milhões de pessoas na China e no Brasil, principalmente. Graças ao sistema financeiro, quase meia centena de países antes estagnados hoje cresce a taxas de 7% ou mais por ano. O aumento do nível e da qualidade de consumo no Brasil, a economia pujante do país e, por conseqüência, a popularidade recorde do presidente Lula se devem a cabeças brilhantes e maquiavélicas de Wall Street que inventaram esses gigantescos instrumentos de liquidez mundial. Por esse prisma, é uma pena que a bolha tenha estourado. Limpar a bagunça vai custar cerca de 1 a 2 trilhões de dólares – o mesmo custo de cinco a dez anos de guerra no Iraque. Quem vai pagar? O contribuinte americano. Mas boa parte disso será recuperada pelo Tesouro americano no mercado."


Ou seja, nem Deus fez mais do que os Estados Unidos e seus asseclas liberais de Wall Street. Bonito, não é? Pena que não é verdade.

Imigração Japonesa




A imigração japonesa foi a bordo do vapor Kasato-Maru que, no dia 18 de junho de 1908, aportou em Santos a primeira leva organizada de trabalhadores vindos do Japão.
Com uma cultura rica e bem particular (incluindo uma maneira própria de tratar os alimentos), eles saíram de seu pequeno país em busca de trabalho na imensidão das terras brasileiras.
Sua chegada ao Brasil significou, para eles, a descoberta de um enigmático mundo novo. O mesmo aconteceu com os brasileiros que os recebiam: para estes, abria-se uma era de contato com uma civilização que, em quase um século de presença, mostraria ter muito a ensinar.
Relativamente recente já que a data deste século, e apesar de dificuldades iniciais, esta imigração terminou sendo um fenômeno tão importante que hoje o Brasil já sedia a maior comunidade japonesa fora do Japão.
São Paulo é o exemplo mais eloquente do peso desta cultura que chegou e ficou, cativando os brasileiros por sua riqueza e tradição - e também pelo estômago. A prova disso é a existência de um importante bairro japonês na cidade, a Liberdade, onde o comércio de artigos de todo tipo, inclusive alimentícios, é intensamente frequentado pelos paulistanos. Os produtos ligados à mesa vão desde as lascas de peixe seco, tão importantes no caldo básico das sopas, até apetrechos para moldar rapidamente os bolinhos de arroz dos sushis. Eles são procurados e escolhidos criteriosamente pelos japoneses, por senhoras de gestos rápidos,ocupadas em prover seus descendentes com a mesma comida que as nutriu na infância, e que traz no paladar e nos aromas a saudade de sua terra.
Mas não são apenas os japoneses ou seus herdeiros, nisseis e sanseis, que circulam pelos mercados e lojas orientais, aspirando o aroma de um potinho de raiz-forte para verificar o seu frescor ou tocando delicadamente a crosta de pequenos pastéis para testar o ponto da massa: hoje são muitos os brasileiros que se misturam aos rostos orientais nas lojas e mercados, já iniciados nos segredos destes sutis sabores trazidos de tão longe.
Não só em São Paulo, mas em outros Estados brasileiros, tornaram-se um sucesso os restaurantes japoneses. Muitos vivem lotados: alguns por uma clientela ocidental mais abastada , que maneja com incrível desenvoltura os antes tão exóticos talheres de pauzinhos, o hashi; outros, atraem um público mais simples, mas igualmete interessado, que os procuram nas imediações dos mercados ou no próprio bairro japonês.

1968 - o ano das transformações (parte 02)

Caros alunos, aí está a segunda parte da reportagem da revista Época publicada em 26 de maio. Nos próximos dias, postarei outros textos referentes à datas significativas para o ano de 2008, como os 200 anos da vinda da família real portuguesa para o Brasil.


Os principais pesquisadores do período divergem s quanto ao impacto político de 68. Segundo o historiador Green, as manifestações contra a Guerra do Vietnã exerceram uma influência que não pode ser descartada. “Os protestos quebram o ciclo histórico de conformismo dos americanos”, diz. “Foi a primeira vez que a população se voltou contra a política externa do país.” Historiador e professor titular da Universidade de Paris – Sorbonne, o brasileiro Luiz Felipe de Alencastro acredita que todas as manifestações antiautoritárias de massa nos anos seguintes filiam-se aos movimentos de 68. Entre elas, os protestos de 1989 na Praça da Paz Celestial. “As correntes libertárias da década de 60 mudaram as sociedades contemporâneas”, afirma. Sem 68, teria havido na Inglaterra e na Espanha grandes manifestações de massa contra a invasão do Iraque? Alencastro acha que não. “Hoje há uma onda pacifista no mundo que saiu dos anos 60.”

Um período tão controverso não poderia deixar de provocar polêmica ainda hoje. O historiador Carlos Fico, da Universidade Federal do Rio de Janeiro e autor do livro O Regime Militar no Brasil, defende a tese contrária à de Alencastro. Segundo ele, os mesmos ativistas que defendiam a liberdade de imprensa e criticavam os governos reacionários de direita muitas vezes não percebiam que os sistemas socialistas que tanto admiravam eram também opressores. “A verdade nua e crua é que a esquerda da época estava pouco preocupada com a questão democrática.” Fico afirma que, em especial no Brasil, o que muitos jovens desejavam era a instauração de uma ditadura proletária. Essa impressão é confirmada pelo próprio Fernando Gabeira, um rebelde que era da linha de frente da revolução. Na análise de Fico, também não se deve esquecer que muitas reivindicações de 68 estão marcadas pelo fracasso. “A luta armada no Brasil, o movimento pacifista nos Estados Unidos e o maio de 68 na França não passaram de chuva passageira”, diz. “No Brasil, a ditadura perdurou por longos anos, os Estados Unidos continuaram a ser uma nação com orientação bélica e na França os estudantes viram De Gaulle obter uma vitória estrondosa nas eleições.” Até a Primavera de Praga, um espasmo de independência nos países-satélites da União Soviética stalinista, foi sufocada pelos tanques russos.

Boa parte dessas reivindicações perdeu o sentido hoje. No campo político e econômico, o mundo é quase irreconhecível. A União Soviética, modelo inspirador para uma legião de revolucionários, esfacelou-se. A China comunista tornou-se uma potência econômica que impulsiona o capitalismo mundial. Em quatro décadas, surgiram 60 novos países e o planeta ficou US$ 30 trilhões mais rico. A globalização, com sua onda de oportunidades e temores, tornou-se um fenômeno irresistível. Nada disso teve raiz nos protestos de 68. Talvez por isso aqueles ideais tenham permanecido tão firmes em nosso imaginário, como um mundo que vislumbramos, mas não se realizou.

Se não tiveram força para revolucionar o cenário político do mundo, os ventos que sopraram em 68 deixaram marcas profundas no comportamento, na vida cultural e nos valores da sociedade. Segundo o escritor americano Paul Bermann, autor de O Poder e os Idealistas, um apanhado histórico sobre a geração de 68, duas principais heranças foram transmitidas às gerações futuras: a aversão visceral a toda forma de poder autoritário e a defesa dos direitos civis. É inegável que muitas das conquistas sociais da modernidade nasceram em 68 ou foram plantadas naquele ano. O movimento feminista foi uma das grandes forças do final da década de 60. As imagens mais marcantes são das ativistas que queimavam sutiãs em praça pública, em protesto contra a condição subalterna em relação aos homens. O sutiã sobreviveu. Mas as mulheres entraram maciçamente nas universidades, fincaram raízes irreversíveis no mercado de trabalho e conquistaram o direito de assumir sua sexualidade.

Leila Diniz: modelo para uma geração de mulheres que descobria a liberdade sexual.

No Brasil, não houve um movimento feminista organizado. Mas as mesmas barreiras começaram a ser quebradas. Prova disso foi o sucesso da atriz Leila Diniz e o fascínio que ela exerceu sobre uma sociedade conservadora, numa época em que as mulheres nem sequer iam sozinhas a bares e restaurantes e não eram bem-vistas se falassem palavrão. Linda, despojada e sedutora, Leila, ex-professora primária que saíra de casa aos 17 anos para viver com o cineasta Domingos de Oliveira, ganhou notoriedade em 1966, com o filme Todas as Mulheres do Mundo, em que aparecia nua. Nos anos seguintes, fez um filme atrás do outro, tornou-se a primeira porta-bandeira da Banda de Ipanema, defendia o amor livre e virou um mito no meio artístico, até sua morte, num acidente de avião na Índia aos 27 anos, em 1972. Leila era a face mais visível de uma revolução que ocorreu de maneira quase silenciosa – na época, a revolta contra o conservadorismo se confundia com a revolta contra a ditadura. “Nós não discutíamos essa coisa da liberdade comportamental”, diz a atriz Marília Pêra, que chegou a ser presa duas vezes em 68 por sua luta contra o cerceamento artístico. “Nossa única preocupação era impedir que a ditadura nos castrasse. Acho que naquela época eu não ouvi uma única vez a palavra feminismo.” Zuenir Ventura chama de sintonia mágica o fato de as mulheres daqui terem se comportado tal qual suas colegas americanas, embora inconscientemente. “Eu amava muito, freqüentava festas loucas, fazia o que bem entendia. Se isso era uma revolução, eu não sabia dizer”, afirma Marília Pêra.

Martin Luther King lutou pelos direitos civis dos negros norte-americanos

O ano de 1968 também foi um marco na luta dos negros pela conquista dos direitos civis, especialmente nos Estados Unidos. Na luta contra a segregação racial que existia no país, o pastor Martin Luther King, um líder que pregava a resistência pacífica, foi assassinado. Naquele período, crescia a influência do movimento Panteras Negras, um grupo revolucionário marxista que buscava conquistar espaço pelo confronto. Os Panteras tornaram-se mundialmente conhecidos nos Jogos Olímpicos do México, quando dois corredores americanos subiram ao pódio usando luvas pretas para receber suas medalhas. Durante a cerimônia, eles ergueram os punhos cerrados, gesto característico do movimento. Mas foi a veia pacífica de King que sensibilizou os americanos. Pouco após sua morte, a Suprema Corte declarou que todas as formas de segregação eram contrárias à Constituição. “Hoje, até George Bush venera King”, diz o historiador Alencastro. Foi a geração de 68 que permitiu a ascensão de negros a posições de destaque nos Estados Unidos. “Se há empresários negros bem-sucedidos, apresentadores de televisão de sucesso ou esportistas idolatrados, é porque as pessoas iam às ruas gritar contra a discriminação”, diz o historiador Green.

EXPERIÊNCIAS
Foi uma época marcada pela busca de novos caminhos. A visita dos Beatles ao guru indiano Maharishi Mahesh Yogi fez o Ocidente descobrir a espiritualidade oriental. No Brasil, a ousadia da peça Roda Viva irritou a ditadura

No Brasil, grandes transformações na área cultural vieram no embalo da contracultura. A principal delas foi o tropicalismo, que ainda hoje reverbera especialmente na música popular brasileira. O movimento, liderado por Caetano Veloso, Nara Leão e Gilberto Gil, entre outros artistas, propunha mudanças tão radicais que se revelaram inspiradoras para todas as gerações seguintes. O tropicalismo de Caetano incorporou o uso da guitarra elétrica e de gêneros como o bolero e as músicas de raiz. De tão ousada, a mistura provocou reações iradas dos setores mais conservadores, que consideram aquilo uma agressão. O tropicalismo só foi possível porque vivia-se uma época em que se experimentava de tudo. Era o ano em que o principal grupo de rock do mundo, os Beatles, ia à Índia conhecer o guru Maharishi Mahesh Yogi. Aquela viagem, que então parecia maluquice, apressou o contato do mundo ocidental com as técnicas da meditação, diz a escritora Sharon Begley num artigo publicado na revista Newsweek.

Atores da peça Roda Viva

O diretor de teatro José Celso Martinez Corrêa, que encenou a peça marginal Roda Viva, um dos marcos da contracultura do período, diz que 68 foi fundamental para uma mudança não só de comportamento, mas da própria visão de mundo. “Aquela geração tirou a máscara da hipocrisia”, diz. “As pessoas se deram conta de que precisavam viver o aqui e o agora, que não dava para esperar os outros fazerem algo por você.” Uma das trilhas sonoras possíveis para o período, “Para não Dizer Que não Falei das Flores”, de Geraldo Vandré, traz um verso, um tanto gasto hoje em dia, que traduz esse espírito: “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. Fazer a hora era um termo cujo significado ia desde ingressar na luta armada contra o governo militar até o uso de drogas, praticar o sexo livre ou vestir-se com calças boca-de-sino. Hoje esse discurso soa algo irreal. Desde então, o regime militar foi sepultado e uma era individualista torna difícil acreditar nas soluções coletivas. O escapismo das drogas revelou-se um vício associado à violência, muito mais que à “abertura da mente”. A aids fez refluir o comportamento sexual sem limites – junto com a percepção de que, embora prazeroso, ele não tornava as pessoas felizes.

E, no entanto, poucas das grandes mudanças por que passamos nessas quatro décadas não surgiram naquela época. Da tolerância à diversidade ao reconhecimento dos direitos das mulheres e minorias, do movimento ambientalista às organizações comunitárias, da valorização dos prazeres à busca da espiritualidade pela meditação, a geração de 68 atingiu, sim, seu ideal de transformar o mundo.

Calendário dos fatos de 1968. Para ampliar, clique na imagem.

A propósito da crise americana.


Ler é fundamental. Aprender a separar o joio do trigo, também.

Voce entendeu?

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

1968 - o ano das transformações

Caros alunos: aí está, conforme havia prometido, uma reportagem introdutória sobre os acontecimentos do ano de 1968 (publicada em 26 de maio de 2008 na revista Época). Foi um período muito importante na história contemporânea, tendo os jovens como principais agentes das transformações. Depois postarei mais textos sobre esse período.


Pense em 1789 e você logo imaginará o início da revolução francesa. No século XX, 1945 entrou para a História como o marco do fim da Segunda Guerra Mundial e 1989 carrega a lembrança da queda do Muro de Berlim. Todos esses anos têm eventos tão únicos e extraordinários associados a eles que é fácil saber de imediato o que representam. No entanto, nenhum deles possui a aura de magia que acompanha 1968. Quarenta anos depois, 68 continua enigmático, estranho e ambíguo como um adolescente em crise existencial. Ele foi o ano da livre experimentação de drogas. Das garotas de minissaia. Do sexo sem culpa. Da pílula anticoncepcional. Do psicodelismo. Do movimento feminista. Da defesa dos direitos dos homossexuais. Do assassinato de Martin Luther King. Dos protestos contra a Guerra do Vietnã. Da revolta dos estudantes em Paris. Da Primavera de Praga. Da radicalização da luta estudantil e do recrudescimento da ditadura no Brasil. Da tropicália e do cinema marginal brasileiro. Foi, em suma, o ano do “êxtase da História”, para citar uma frase do sociólogo francês Edgar Morin, um dos pensadores mais importantes do século XX. Foi um ano que, por seus excessos, marcou a humanidade. As utopias criadas em 68 podem não ter se realizado. Mas mudaram para sempre a forma como encaramos a vida.

O cantor americano Bob Dylan disse recentemente que 1968 foi o último ano em que todas as utopias eram permitidas e que hoje em dia “ninguém mais quer sonhar”. Numa simplificação, pode-se afirmar que o período simboliza a utopia de milhões de jovens rebeldes e cabeludos de acabar com a moral repressora da velha sociedade. Por si só, isso já seria grande o suficiente. Mas foi só isso? Para o escritor e jornalista Zuenir Ventura, autor de 1968 – O Ano Que Não Terminou, serão necessários muitos anos para que se entenda seu legado. “Ainda ninguém explicou por que tudo aconteceu naquele ano e de que forma o mundo absorveu os impulsos revolucionários daquela geração”, diz Zuenir.

Nos próximos meses, estão previstos vários eventos em comemoração aos 40 anos de 1968. A Universidade Federal do Rio de Janeiro promove em abril um ciclo de debates com especialistas brasileiros e estrangeiros. Na França, estudantes universitários planejam uma caminhada pacífica pelas ruas de Paris para lembrar as manifestações de maio, que colocaram frente a frente milhares de jovens e a polícia do presidente Charles de Gaulle. Nos Estados Unidos, vários livros estão sendo lançados desde o ano passado. Um deles, intitulado Boom, do jornalista americano Tom Brokaw, recebeu uma enxurrada de críticas. O motivo? Não ter chegado a um veredicto sobre o real significado do período...

As discussões, tanto no Brasil quanto no exterior, são quase tão apaixonantes quanto a energia revolucionária que desabrochou há quatro décadas. Uma forte corrente acredita que o mundo seria hoje muito pior se 68 não tivesse acontecido. Nesse time jogam as pessoas que mantêm as idéias de esquerda frescas na memória. “Se a juventude, e não a repressão, tivesse vencido, o Brasil teria avançado mais rapidamente nas reformas democráticas”, diz José Dirceu de Oliveira, um dos protagonistas do 68 brasileiro. Para ele, os principais protestos civis da história recente do país só ocorreram porque o caminho foi traçado pelos rebeldes de sua geração. Seriam exemplos dessa herança contestatória a campanha das Diretas Já e os caras-pintadas que foram às ruas pedir o impeachment do presidente Fernando Collor de Mello. Em seus tempos de líder estudantil, José Dirceu pregava a liberdade e a justiça social. Mas ele foi alvejado pelos anos. Ex-homem forte do PT, ministro e deputado federal, acabou cassado pelo Congresso em 2005, no escândalo do mensalão.

Há uma vertente que relativiza a herança deixada pela geração do desbunde. Seus adeptos acreditam que as lembranças afetivas turvam a análise independente. O deputado Fernando Gabeira, hoje uma das vozes mais lúcidas de Brasília, enxerga com certo incômodo a veneração do período. Ex-guerrilheiro de esquerda durante a ditadura militar, Gabeira arrepende-se de muita coisa da época. “A busca pela implantação do socialismo, a luta armada e o seqüestro do embaixador americano foram grandes equívocos”, diz. “Eu gostaria de sepultar esse período” . Em sua visão, a luta armada não só fortaleceu a ditadura militar, como deu de bandeja um pretexto para que o presidente Arthur da Costa e Silva promulgasse o Ato Institucional no 5 no dia 13 de dezembro de 1968, recrudescendo os Anos de Chumbo no Brasil. Mas não foi só de luta armada que se construiu a oposição ao regime militar. Em 1968, o operário Luiz Inácio Lula da Silva se filiou ao Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo. Com o passar dos anos, sua atuação de sindicalista o tornaria uma figura conhecida nacionalmente.


Passeata dos Cem Mil - maior protesto contra a ditadura brasileira em 1968

O 68 brasileiro foi diferente por uma razão simples. Aqui ele tinha um viés mais político que na França e nos Estados Unidos, países que também viviam em erupção. No Brasil, os contestadores do regime sofreram torturas e exílio. “Nos Estados Unidos, havia o sentimento generalizado de que era preciso mudar a estrutura da sociedade, mas não necessariamente o governo”, diz o historiador americano James Green, especializado nos movimentos civis dos anos 60. Os manifestantes gritavam nas ruas de Washington, Nova York e São Francisco pelos direitos das mulheres, dos negros e dos homossexuais. Exigiam o retorno dos soldados americanos da Guerra do Vietnã. Pregavam o respeito à natureza. Mas não queriam tomar o poder. “Na França, os movimentos de revolta começaram com a exigência do dormitório misto nas universidades”, diz Zuenir. “No Brasil, o 68 começou com a morte do estudante Édson Luís, assassinado pela Polícia Militar do Rio.” A Passeata dos 100 Mil, no Rio, era uma afronta à ditadura militar. Na França, o sentimento era de revolta contra o conservadorismo de De Gaulle, mas não havia uma atmosfera de repressão como no Brasil.

VINGANÇA FEMININA

Amigos muito cuidado qundo resolverem desprezar uma MULHER.

Mulher morde e arranca pedaço de orelha de rival no Espírito Santo

Um pedreiro de 34 anos foi morto pela ex-amante, de 31 anos, na noite da quarta-feira (24), em Cachoeiro de Itapemirim (ES). Segundo informações da polícia, o crime foi cometido em etapas. A vítima foi dopada, agredida com golpes de marreta, pedra e faca. Em seguida, teve água quente jogada no rosto. A crueldade seguiu no quintal da casa, onde o corpo do rapaz foi queimado e enterrado em uma cova rasa.

O delegado Guilherme Eugênio Rodrigues, titular da Delegacia de Crimes Contra a Vida (DCCV), informou que a mulher foi presa e teria confessado o crime com riqueza de detalhes.

Ainda de acordo com a polícia, em depoimento, a mulher disse que o pedreiro foi até sua casa para conversar sobre o fim do relacionamento deles, que durou cerca de cinco anos. Ela teria contado à polícia que ofereceu um suco à vítima com sonífero, pois ele estaria tentando reatar o relacionamento.

Segundo a polícia, o pedreiro adormeceu em um colchão que havia na sala do imóvel. "Depois que a vítima dormiu, ela o golpeou com várias marretadas, pedradas e facadas. Ela disse que o homem teria resistido e ela jogou água fervendo no rosto dele", afirmou o delegado.

"Não bastasse isso, ela o arrastou para o quintal da casa e ateou fogo ao corpo. O pedreiro foi queimado vivo", afirmou Rodrigues. Em seguida, de acordo com o delegado, a mulher abriu uma cova rasa no quintal e enterrou o pedreiro no local.

O crime só foi descoberto depois de a polícia receber denúncias anônimas sobre o caso. De acordo com Rodrigues, ambos viviam em casamentos distintos e tinham três filhos cada, frutos dos relacionamentos oficiais.
Ainda segundo o delegado, a mulher vai passar por uma avaliação mental, pois já teria feito tratamento em um centro psiquiátrico na cidade. Ela será indiciada por homicídio doloso, traição e emboscada.

Rio tietê

Um homem de 40 anos entrou nas águas do Rio Tietê, na Zona Norte de São Paulo, e foi ajudado pelos bombeiros a sair do local no início da tarde desta segunda-feira (29). Ele foi encaminhado para a Santa Casa de Misericórdia, onde aguarda avaliação psiquiátrica e permanece em observação.

Ele usava uma bóia para se manter flutuando e agitava uma bandeira do Brasil. A Santa Casa não divulgou informações sobre o estado clínico do paciente e não informou se o contato com a poluição do rio causou problemas a sua saúde.






Fonte: Portal G1

domingo, 28 de setembro de 2008

Para gostar de ler.(parte 04)


Ainda Escravos...

Da senzala à favela.
Da chibatada aos cassetetes.
Das correntes às algemas.
Dos negreiros aos camburões.
De escravos a explorados.

Dos porães às pensões.
Nos deram alforria mas não a liberdade.
Disseram que somos livres
(livres sem dignidade).
Soltaram as correntes e nos prenderam à miséria,
Falando em igualdade.

Natal, ontem e hoje.(parte 03)


As fotos acima são da Praça Padre João Maria, por tras da Antiga Cadetral, hoje Igreja de Nossa Senhora da Apresentação, na Cidade Alta, zona leste de Natal.

João Maria Cavalcanti de Brito, conhecido como Padre João Maria, que empresta seu nome a Praça, nasceu na antiga Fazenda Logradouro do Barro, hoje Fazenda Três Riachos, em Jardim de Piranhas no Rio Grande do Norte, era filho de Amaro Cavalcanti e Ana de Barros. Foi ordenado sacerdote em 30 de novembro de 1871. Realizou a primeira missa em Caico-RN quando tinha apenas 23 anos e assumiu a paróquia de Nossa Senhora da Apresentação, antiga catedral de Natal, em 1881.
Foi nessa época que ele passou a ser conhecido pela sua extrema solidariedade, Padre João Maria marcou sua vida com uma meta bem definida: ajudar aos mais pobres. A determinação em estar ao lado dos que precisam, foi confirmada quando o Rio Grande do Norte foi atingido por uma epidemia de varíola, no final do século XIX, seguida de uma grande seca. Padre João Maria também distribua alimentos as pessoas mais pobres da cidade. Acabou morrendo em 16 de outubro de 1905, da mesma doença que tanto combateu, a varíola.
Desde então, é considerado como o Santo de Natal, aonde foi construída, por trás da Paróquia de Nossa Senhora da Apresentação, uma praça em sua homenagem, lá existe um busto seu, onde fieis costumam fazer promessas, se benzem com água benta e agradecem ao "santo" com pequeno objetos que fazem alusão às graças obtidas, a ele são atribuídas inúmeras graças, principalmente as que amenizam o sofrimento dos fiéis.

Com sua grande popularidade, por onde passava, Padre João Maria era carinhosamente chamado por apelidos como: "Benzinho do Seridó", "O Santo", "Pe. João de Deus", "O Apóstolo da Caridade", "O Anjo da Cidade", "O Santo do Seridó", "O Santo de Natal", entre outros.
Em 2002, o processo de beatificação do padre João Maria foi aberto, desde então todas as graças atribuídas a ele estão sendo registradas.
OBS.: para sua orientação geográfica, se voce seguir esta avenida principal direto, passará pelas lojas Riachuelo e ficará diante da Catedral Metopolitana de Natal.