domingo, 21 de agosto de 2011

AGRADECIMENTOS

É com grande alegria que eu ,Sami Andrade, e em nome do restante da equipe do CIS Geografia (Elmar Anselmo,Agenor Pichine e João Bosco), agradeço de coração a presença, a atenção,o comportamento,o compromisso e o carinho daqueles e daquelas que participaram do aulão de Geografia Geral hoje realizado.

Vocês estão de parabéns!!!

Aguardem o próximo aulão...!!!

Forte abraço a todos e todas.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Tese X antítese (I)




Alguem fala errado?



Sei muito bem que, de acordo com a lingüística moderna, não existem o certo e o errado no uso do idioma nacional, ou melhor, não existe o errado, o que significa que tudo está certo e que minha antiga professora de português, que me ensinou a fazer análise lógica e gramatical das proposições em língua portuguesa, era uma louca, uma vez que a língua não tem lógica como ela supunha e a gramática é de fato um instrumento de repressão; perdeu seu tempo dona Rosinha ensinando-me que o verbo concorda com o sujeito, e os adjetivos com os substantivos, como também concordam com estes os artigos, ou seja, que não se deve dizer dois dúzias de ovos, uma vez que dúzia é palavra feminina, donde ter que dizer "duas dúzias de ovos", o que era, como sei agora, um ensinamento errôneo ou, no máximo, correto apenas naquela época, pois hoje ouço na televisão e leio nos jornais "as 6 milhões de pessoas", construção indiscutivelmente correta hoje, quando os artigos não têm mais que concordar com os substantivos e tampouco com o verbo, como me ensinara ela, pois me corrigia quando eu dizia "ele foi um dos que fez barulho", afirmando que eu deveria dizer "um dos que fizeram barulho", e me explicava que era como se dissesse "foi um dos três que fizeram barulho", explicação antiquada, do mesmo modo que aquela outra referente à regência dos verbos e que eu, burróide, entendi como certo quando, na verdade, o certo não é, por exemplo, dizer "a comida de que ela necessita" ou "o problema de que falou o presidente", e, sim, "o problema que falou o presidente", frase que, no meu antiquado entendimento, resulta estranha, pois parece dizer não que o presidente falou do problema, mas que o problema falou do presidente, donde se conclui que sou realmente um sujeito maluco, que já está até ouvindo "vozes" e, além de maluco, fora de moda, porque não se conforma com o fato de terem praticamente eliminado de nossa língua as palavras "este" e "esta", que foram substituídas por "esse" e "essa", pois sem nenhuma dúvida é uma tolice querer que o locutor da televisão, referindo-se à noite em que fala, diga "no programa desta noite" em lugar de "no programa dessa noite", que, dentro do critério de que o errado é certo, está certíssimo, ao contrário do que exige esta minha birra, culpa da professora Rosinha, por ter insistido em nos convencer de que "este" designa algo que está perto de mim, "esse", algo que está perto de você e "aquele", o que está longe dos dois, e ainda a minha teimosia em achar que essas palavras correspondem a situações reais da vida, não são meras invenções de gramáticos; e, de tão sectário que sou nesta mania de preservar a língua, não suporto ouvir a expressão "isto não significa dizer" em vez de "isto não quer dizer", que é o correto, ou era, além de expressão legítima, enquanto a outra é um anglicismo, mas que, por isso mesmo, há quem considere ainda mais correta, porque estamos na época da globalização, o que torna mais bobo ainda implicar com estrangeirismos, como aquele meu amigo que fica irritado ao ler nos jornais que "a reunião da Câmara foi postergada para segunda-feira", em vez de "adiada", como sempre se disse e que facilita o entendimento da maioria das pessoas, já que nem todos os brasileiros amargaram o exílio em países de língua espanhola. Mas já quase admito ser muita pretensão teimar em dizer "o governador cogita de enviar à Câmara um novo projeto de lei", pois isso de que o verbo "cogitar" rege a preposição "de" também é bobagem, coisa de gente pretensiosa que precisa se impor às outras falando arrogantemente "correto", como se houvesse modo de falar certo ou errado, de falar correto, pois a verdade é que tal pretensão oculta um preconceito de classe, uma discriminação contra aqueles que não tiveram oportunidade de estudar e, por essa razão, não podem falar como os que usufruíram do privilégio burguês, ou pequeno-burguês, de estudar gramática, o que vem acentuar a injustiça social. Como se não bastasse serem aqueles pobres discriminados no trabalho e no conforto, ainda se acrescenta essa discriminação, acusando-os de falarem mal a língua, da qual são eles de fato os criadores e que foi apropriada pelos ricos e poderosos que agora se consideram donos dela, como de tudo o mais que existe neste mundo, pois eles de fato não toleram a hipótese de que todas as pessoas sejam iguais e que todas elas falem corretamente ainda que gramáticos elitistas insistam em dizer que falam errado só porque não falam segundo as normas da classe dominante, que, além de impedir os pobres de estudar, acusam-nos de serem ignorantes, atitude de fato inaceitável, pois sabemos que todas as pessoas são igualmente inteligentes e talentosas, portanto capazes de criar obras de arte geniais, de conceber teorias iguais às que conceberam Galileu e Einstein, e só não o fazem porque são deliberadamente impedidas de dar vazão a seu gênio criador; e também neste caso se comete a injustiça de consagrar como gênios alguns homens privilegiados e não atribuir qualquer valor aos milhões, perdão, às milhões de pessoas tidas como comuns, e só não consigo entender é por que os lingüistas que defendem tais idéias continuam a escrever corretamente tal como exigia minha professora do colégio São Luís de Gonzaga, naqueles distantes anos da década de 1940... Diante disto, não está mais aqui quem falou.






Ferreira Goulart é poeta.

Tese X antítese (II)





Política é coisa de quem fala “errado” também.





Algumas das pessoas mais sábias que conheci são iletradas. E alguns dos maiores idiotas têm doutorado. Às vezes, mais de um.



Significa que os iletrados são melhores que os doutores? Não. Então, o contrário? Também não.


O nível de escolaridade e a forma através da qual uma pessoa se expressa é irrelevante frente ao conteúdo que pode agregar a uma discussão. Se ela conseguiu fazer com que os outros a entendessem, ótimo, fez-se a comunicação.


(Uma minoria dos leitores deste blog não entendeu isso ainda e desvaloriza a opinião de um outro leitor porque este separou sujeito e predicado com vírgula. Mesquinhos, sabe? Ou que oprime quem não sentou em bancos de escola. Para esses, um pedido: faça um favor para si mesmo e leia Patativa do Assaré.)


Mas o que esperar de uma sociedade em que pipocam pessoas que desconsideram o interlocutor por não saber acertar uma concordância verbal ou conjugar um verbo? (“Meu Deus! Você não sabe flexionar o verbo “funhunhar” no futuro do subjuntivo? É um ogro!”) E na qual o domínio da norma culta (que, convenhamos, é um porre) é alçado à condição de passaporte para a participação nas discussões sobre o destino da pólis.


A lingua é construída pela boca das pessoas no dia-a-dia e não por meia dúzia de iluminados. É dinâmica, em constante mutação e, para sobreviver, não precisa de formalismos – que são exatamente isso, construções, muitas vezes definidas pelo grupo hegemônico. Como dizer que uma pessoa que nasceu e cresceu falando português está errada ?


Dizer que um pescador, um vendedor ambulante, uma baiana do tabuleiro, uma quilombola ou ribeirinha ou um pedreiro “desconhecem a própria língua” não é um ação pedagógica e sim um ato político. Excludente. Que usa uma justificativa supostamente técnica para manter do lado de fora dos debates sobre o futuro da nação a maior parte da sociedade brasileira.



A quem interessa a manutenção desse comportamento? A quem está no poder e, muitas vezes, usa a língua como instrumento de coerção? Certamente bem mais do que a quem não foi chamado para a festinha e acha que política é coisa de gente estudada.


Em tempo: Sobre o assunto, sugiro o livro do professor Marcos Bagno: “Preconceito Linguístico – o que é, como se faz”, das Edições Loyola – que já passou da 50ª edição.



Leonardo Sakamoto, jornalista e Doutor em Ciência Política.

"Para que melhor se exerça a Democracia": a declaração de princípios da Globo, em 1989.




A TV Globo também fez uma declaração de princípios, em 1989.


Foi na noite em que o Jornal Nacional transmitiu o resumo do debate eleitoral entre Fernando Collor e Lula, editado de tal forma a destacar as melhores falas de Collor e as piores de Lula.


Collor e Lula disputavam a presidência da República. Collor, com apoio da Globo, venceu a eleição.


Seguiu-se ao resumo do debate uma pesquisa do Vox Populi, então ligado a Collor, mostrando como Collor era “o melhor preparado”.


Então, Alexandre Garcia apareceu no vídeo para dizer:
“Nosso trabalho, como profissionais da televisão, foi e continuará sendo o que fez a televisão nesses dois debates. Manter aberto esse canal de duas mãos entre o eleito e os eleitores, para que melhor se exerça a democracia”.


Foi no mesmo ano em que a ex-namorada de Lula, Miriam Cordeiro, apareceu primeiro no Jornal Nacional e depois na propaganda de Collor dizendo que o ex-metalúrgico Lula tinha pedido a ela que abortasse e feito declarações racistas. Miriam recebeu dinheiro para fazer tais declarações.


Em 14 de dezembro de 1989, data do último debate entre Collor e Lula — três dias antes do segundo turno da eleição — o jornal O Globo publicou editorial com o título O Direito de Saber, em que argumentava que os eleitores tinham o direito de saber detalhes da vida pessoal dos candidatos — no caso, Lula — antes de decidir em quem votar. O editorial, naquela data, poderia ser interpretado como um aviso a Lula de que haveria ataques pessoais no confronto, com o objetivo de deixar nervoso o candidato do PT.


No entanto, nos anos 90, o então senador Fernando Henrique Cardoso teve um filho com a repórter da TV Globo de Brasília, Miriam Dutra, antes de concorrer à presidência da República. As Organizações Globo não divulgaram a notícia. Em vez disso, enviaram a repórter para um exílio, com salário e sem função, na Espanha.


Passaram-se mais de 20 anos da primeira eleição de Fernando Henrique, em 1994, e as empresas do grupo ainda não noticiaram formalmente o caso extraconjugal. Em 2011, a Folha de S. Paulo noticiou que um exame de DNA revelou que o pai do filho de Miriam Dutra não é o ex-presidente. Neste caso, onde foi parar O Direito de Saber?


O DIREITO DE SABER
O povo brasileiro não está acostumado a ver desnudar-se a seus olhos a vida particular dos homens públicos.


O povo brasileiro também não está acostumado à prática da Democracia.


A prática da Democracia recomenda que o povo saiba tudo o que for possível saber sobre seus homens públicos, para poder julgar melhor na hora de elegê-los.


Nos Estados Unidos, por exemplo, com freqüência homens públicos vêem truncada a carreira pela revelação de fatos desabonadores do seu comportamento privado. Não raro, a simples divulgação de tais fatos os dissuade de continuarem a pleitear a preferência do eleitor. Um nebuloso acidente de carro em que morreu uma secretária que o acompanhava barrou, provavelmente para sempre, a brilhante caminhada do senador Ted Kennedy para a Casa Branca – para lembrar apenas o mais escandaloso desses tropeços. Coisa parecida aconteceu com o senador Gary Hart; por divulgar-se uma relação que comprometia o seu casamento, ele nem sequer pôde apresentar-se à Convenção do Partido Democrata, na última eleição americana.


Na presente campanha, ninguém negará que, em todo o seu desenrolar, houve uma obsessiva preocupação dos responsáveis pelo programa do horário eleitoral gratuito da Frente Brasil Popular de esquadrinhar o passado do candidato Fernando Collor de Mello. Não apenas a sua atividade anterior em cargos públicos, mas sua infância e adolescência, suas relações de família, seus casamentos, suas amizades. Presume-se que tenham divulgado tudo de que dispunham a respeito.


O adversário vinha agindo de modo diferente. A estratégia dos propagandistas de Collor não incluía a intromissão no passado de Luís Inácio Lula da Silva nem como líder sindical nem muito menos remontou aos seus tempos de operário-torneiro, tão insistentemente lembrados pelo candidato do PT.


Até que anteontem à noite surgiu nas telas, no horário do PRN, a figura da ex-mulher de Lula, Miriam Cordeiro, acusando o candidato de ter tentado induzi-la a abortar uma criança filha de ambos, para isso oferecendo-lhe dinheiro, e também de alimentar preconceitos contra a raça negra.


A primeira reação do público terá sido de choque, a segunda é a discussão do direito de trazer-se a público o que, quase por toda parte, se classificava imediatamente de ‘baixaria’.


É chocante mesmo, lamentável que o confronto desça a esse nível, mas nem por isso deve-se deixar de perguntar se é verdadeiro. E se for verdadeiro, cabe indagar se o eleitor deve ou não receber um testemunho que concorre para aprofundar o seu conhecimento sobre aquela personalidade que lhe pede o voto para eleger-se Presidente da República, o mais alto posto da Nação.


É de esperar que o debate desta noite não se macule por excessos no confronto democrático, e que se concentre na discussão dos problemas nacionais.


Mas a acusação está no ar. Houve distorção? Ou aconteceu tal como narra a personagem apresentada no vídeo? Não cabe submeter o caso a inquérito. A sensibilidade do eleitor poderá ajudá-lo a discernir onde está a verdade – e se ela deve influenciar-lhe o voto, domingo próximo, quando estiver consultando apenas a sua consciência.



quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Aulão.





Deixe aqui suas impressões sobre nosso aulão de História Geral, identificando-se e revelando a que estabelecimento de ensino você é vinculado.

A globo vai partir pra cima de Amorim.




Acabo de receber a informação, de uma fonte que trabalha na TV Globo: a ordem da direção da emissora é partir para cima de Celso Amorim, novo ministro da Defesa.


O jornalista, com quem conversei há pouco por telefone, estava indignado: “é cada vez mais desanimador fazer jornalismo aqui”. Disse-me que a orientação é muito clara: os pauteiros devem buscar entrevistados – para o JN, Jornal da Globo e Bom dia Brasil – que comprovem a tese de que a escolha de Celso Amorim vai gerar “turbulência” no meio militar. Os repórteres já recebem a pauta assim, direcionada: o texto final das reportagens deve seguir essa linha. Não há escolha.


Trata-se do velho jornalismo praticado na gestão de Ali Kamel: as “reportagens” devem comprovar as teses que partem da direção.


Foi assim em 2005, quando Kamel queria provar que o “Mensalão” era “o maior escândalo da história republicana”. Quem, a exemplo do então comentarista Franklin Martins, dizia que o “mensalão” era algo a ser provado foi riscado do mapa. Franklin acabou demitido no início de 2006, pouco antes de a campanha eleitoral começar.


No episódio dos “aloprados” e do delegado Bruno, em 2006, foi a mesma coisa. Quem, a exemplo desse escrevinhador e de outros colegas na redação da Globo em São Paulo, ousou questionar (“ok, vamos cobrir a história dos aloprados, mas seria interessante mostrar ao público o outro lado – afinal, o que havia contra Serra no tal dossiê que os aloprados queriam comprar dos Vedoin?”) foi colocado na geladeira. Pior que isso: Ali Kamel e os amigos dele queriam que os jornalistas aderissem a um abaixo-assinado escrito pela direção da emissora, para “defender” a cobertura eleitoral feita pela Globo. Esse escrevinhador, Azenha e o editor Marco Aurélio (que hoje mantem o blog “Doladodelá”) recusamo-nos a assinar. O resultado: demissão.


Agora, passada a lua-de-mel com Dilma, a ordem na Globo é partir pra cima. Eliane Cantanhêde também vai ajudar, com os comentários na “Globo News”. É o que me avisa a fonte. “Fique atento aos comentários dela; está ali para provar a tese de que Amorim gera instabilidade militar, e de que o governo Dilma não tem comando”.


Detalhe: eu não liguei para o colega jornalista. Foi ele quem me telefonou: “rapaz, eu não tenho blog para contar o que estou vendo aqui, está cada vez pior o clima na Globo.”


A questão é: esses ataques vão dar certo? Creio que não. Dilma saiu-se muito bem nas trocas de ministros. A velha mídia está desesperada porque Dilma agora parece encaminhar seu governo para uma agenda mais próxima do lulismo (por mais que, pra isso, tenha tido que se livrar de nomes que Lula deixou pra ela – contradições da vida real).


Nada disso surpreende, na verdade.


O que surprendeu foi ver Dilma na tentativa de se aproximar dessa gente no primeiro semestre. Alguém vendeu à presidenta a idéia de que “era chegada a hora da distensão”. Faltou combinar com os russos.


A realidade, essa danada, com suas contradições, encarregou-se de livrar Dilma de Palocci, Jobim e de certa turma do PR. Acho que aos poucos a realidade também vai indicar à presidenta quem são os verdadeiros aliados. Os “pragmáticos” da esquerda enxergam nas demissões de ministros um “risco” para o governo. Risco de turbulência, risco de Dilma sofrer ataques cada vez mais violentos sem contar agora com as “pontes” (Palocci e Jobim eram parte dessas pontes) com a velha mídia (que comanda a oposição).


Vejo de outra forma. Turbulência e ataques não são risco. São parte da política.


Ao livrar-se de Jobim (que vai mudar para São Paulo, e deve ter o papel de alinhar parcela do PMDB com o demo-tucanismo) e nomear Celso Amorim, Dilma fez uma escolha. Será atacada por isso. Atacada por quem? Pela direita, que detesta Amorim.


Amorim foi a prova – bem-sucedida – de que a política subserviente de FHC estava errada. O Brasil, com Amorim, abandonou a ALCA, alinhou-se com o sul, e só cresceu no Mundo por causa disso.

Amorim é detestado pelos méritos dele. Ou seja: apanhar porque nomeou Amorim é ótimo!


Como disse um leitor no twitter: “Demóstenes, Álvaro Dias e Reinaldo Azevedo atacam o Celso Amorim; isso prova que Dilma acertou na escolha”.


Não se governa sem turbulência. Amorim é um diplomata. Dizer que ele não pode comandar a Defesa porque “diplomatas não sabem fazer a guerra” (como li num jornal hoje) é patético.
O Brasil precisa pensar sua estratégia de Defesa de forma cada vez mais independente. É isso que assusta a velha mídia – acostumada a ver o Brasil como sócio menor e bem-comportado dos EUA. Amorim não é nenhum incediário de esquerda. Mas é um nacionalista. É um homem que fala muitas línguas, conhece o mundo todo. Mas segue a ser profundamente brasileiro. E a gostar do Brasil.


O mundo será, nos próximos anos, cada vez mais turbulento. EUA caminham para crise profunda na economia. Europa também caminha para o colpaso. Para salvar suas economias, precisam inundar nosso crescente mercado consumidor com os produtos que não conseguem vender nos países deles. O Brasil precisa se defender disso. A defesa começa por medidas cambiais, por política industrial que proteja nosso mercado. Dilma já deu os primeiros passos nessa direção.


Mas o Brasil – com seus aliados do Cone Sul, Argentna à frente - não será respeitado só porque tem mercado consumidor forte, diversidade cultural e instituições democráticas. Precisamos, sim, reequipar nossas forças armadas. Precisamos fabricar aviões, armas. Precisamos terminar o projeto do submarino com propulsão nuclear.


Não se trata de “bravata” militarista. Trata-se do mundo real. A maioria absoluta dos militares brasileiros – que gostam do nosso país – não vai dar ouvidos para Elianes e Alis; vai dar apoio a Celso Amorim na Defesa, assim que perceber que ele é um nacionalista moderado, que pode ajudar a transformar o Brasil em gente grande, também na área de Defesa.


O resto é choro de anões que povoam o parlamento e as redações da velha.





publicada sexta-feira, 05/08/2011 às 18:34 e atualizada domingo, 07/08/2011 às 18:26

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Aviso importante.




A Direção do Colégio das Neves, local onde serão realizados nosssos aulões de Revisão, a partir deste domingo, 07 de agosto, comunica que realizou uma reforma em seu auditório e estabeleceu novas regras de utilização do mesmo.



Dentre essas medidas FICA TERMINANTEMENTE PROIBIDO O CONSUMO DE LÍQUIDOS (refrigirantes, café, achocolatados, sucos, água, etc,) e COMIDA no referido AUDITÓRIO.



Assim sendo, solicitamos, a gentileza, por parte de nossos alunos, de respeitarem a determinação da direção do Colégio das Neves, nosso parceiro neste eventos.

sexta-feira, 15 de julho de 2011










Externamos nosso mais profundo pesar pelo passamento da professora Maria Margarida Teixeira Cabral Morgantini , ocorrido dia 13.07, e solidarizamos-nos com a família liga de ensino do Rio Grande do Norte - da qual tenho a honra de fazer parte na condição de professor da Escola Doméstica e do Henrique Castriciano -.





Perdem o Rio Grande do Norte e o Brasil uma referência de educadora digna, ética e coerente. Um exemplo para as atuais e novas gerações de professores e pedagogos.





Equipe Cis.

Pré História Brasileira.






Caçadores-coletores do Holoceno no Centro-Oeste brasileiro

CÂMARA, Breno Victor Luz.¹,
SILVA, Roberto Airon.²


Resumo
Este artigo apresenta um conjunto de reflexões a respeito do Holoceno no Centro-Oeste brasileiro, enfatizando o povoamento antigo do Brasil, em particular, dos caçadores-coletores, em todos os âmbitos da sua atuação. Essas reflexões têm como apoio a leitura de textos sobre as origens e evidências de tais grupos e do período em que eles viveram. A respeito desses mesmos temas, este trabalho se apóia também nas explanações e discussões realizadas no âmbito da disciplina Pré-História, do curso de História da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, no primeiro semestre de 2011. Destaca-se a importância das primeiras ocupações do Brasil Central e do desenvolvimento cotidiano do homem arcaico.
Palavras-chave: Holoceno. Brasil Central. Evidências. Caçadores-Coletores.

INTRODUÇÃO

No primeiro semestre do ano em curso, por ocasião das aulas de Pré-História, tivemos a oportunidade de nos aproximarmos do passado, cuja finalidade foi levar toda a turma a refletir sobre o papel do homem e, conseqüentemente, da sua atitude desenvolvimentista no cotidiano pré-histórico. Paralelamente a esses eventos, fomos levados à leitura de textos que tratavam das origens do individuo. A partir das explanações sobre o Holoceno, tema integrante do conteúdo da Unidade II da referida disciplina, partimos com um estudo detalhado sobre tal período.
Este é o período em que não só o planalto, mas também o Brasil inteiro se torna povoado, a secura e o frio do final da glaciação, acompanhados de uma vegetação mais rala, com megafauna, cedem lugar à tropicalidade com vegetação mais desenvolvida e um novo quadro de fauna.
Entre 11 mil e 10 mil AP (anos Antes do Presente; presente é considerado o ano de 1950) os cerrados, que caracterizam a vegetação da área, foram ocupados por caçadores-coletores nômades, portadores de uma cultura arqueológica bastante uniforme, a qual se prolongou até aproximadamente 8500 AP. Esta cultura se destacou, sob vários aspectos, daquela criada nos campos e matas do Brasil.

O Holoceno no Brasil Central

Podemos começar a discutir sobre as particularidades do Holoceno no Brasil Central citando a vegetação, o clima e o relevo.
Os grupos caçadores-coletores fixaram-se em paleopaisagens, antigos ambientes com umidade, temperatura e precipitação pluviométrica mais reduzidas do que atualmente, localizadas, em sua maioria, em regiões de planalto ou faixas de transição entre a zona do planalto e a do alto Tocantins, em altitudes entre 700 e 800 metros.
Geralmente, é difícil relacionar a localização dos sítios arqueológicos de grupos pré-históricos à exploração de um único estrato vegetacional, necessariamente não considerando somente o local onde cada sítio está situado, mas também toda a área possível de captação de recursos, a qual pode compreender diferentes formações florísticas.
Dados paleoambientais sugerem uma preferência por vegetações abertas, entre as quais inclui-se o complexo sistema de áreas de cerrado, [grifos nossos] fundamental no sistema de abastecimento dos grupos. (Schmitz 1976-1977; Schmitz et al. 1986; Simonsen 1975)

Grande parte dos sítios de caçadores-coletores antigos, ao menos localizados, encontra-se em ambientes fechados: abrigos sob rocha em arenito e quartzito e grutas localizadas em maciços calcários com níveis que atingem até 3 m de profundidade e de 100 a 1500 m² de extensão.
Nos abrigos, grutas e cavernas se tem uma visão mais completa da cultura arqueológica, pois foram preservados os estratos e estruturas com os artefatos líticos, os restos de alimentos, os sepultamentos e as pinturas e/ou gravuras. Nesses sítios as formas e funções são percebidas mais facilmente.
Os sítios a céu aberto são menos visíveis e mais difíceis de serem localizados. Neles costumam está presentes, sobretudo artefatos líticos e, raramente, estratos ocupacionais. Por isso é mais difícil de perceber sua função: muitas vezes são áreas de mineração e lavor inicial de matéria-prima (madeira e/ou pedras), mas não se exclui, ao contrário, deve-se supor que, junto com eles, tenha havido um acampamento mais ou menos demorado e repetido.

Evidências

“A indústria lítica é muito característica. Para a produção dos artefatos eram usados, de preferência, rochas ou minerais da família dos quartzitos e das calcedônias, disponíveis sob forma de bloco, nódulos ou seixos, tanto nas áreas de formação arenítica quanto calcária. As bases buscadas são grandes e grossas lascas produzidas por lascamento unipolar, formadas por sucessivas reduções para fabricar longos raspadores terminais, semelhantes a lesmas, ou então raspadores em pata de cavalo, raspadores laterais ou raspadeiras. (...) Como a matéria-prima se apresenta em grandes volumes, o retalhamento produziu um refugo muito abundante, que consta de núcleos, de dimensões consideráveis, lascas de desbaste, de produção primaria e secundaria, alem de grande numero de estilhas”. (SCHMITZ, 1984)
Além do material lascado, para o qual se usavam rochas duras, mas que produziam bom resultado por lascamento, existia numeroso material alisado ou picoteado, para o qual, em Serranópolis/GO, usaram-se seixos de basalto. Com eles se produziram mós de faces polidas planas ou deprimidas, ou suportes com pequenas superfícies esmagadas e enegrecidas, alem de mãos, ou esmagadores, de extremidades alisadas. Existiam ainda percutores que podiam ser de quartzito ou de basalto.
Os artefatos ósseos se compunham, fundamentalmente, de espátulas feitas sobre o metatarso, metacarpo ou rádio de animais como o veado, uma de cujas extremidades era retirada e esta se transformava por abrasão, numa espátula de corte inclinado simples. Estas espátulas apresentavam polimento e brilho, produzido pelo uso intenso.
Os restos de alimentos são abundantes e bem preservados em algumas áreas estudadas, especialmente em Serranópolis/GO, onde se lhes dedicou maior cuidado. Eles se compõem, sobretudo, de ossos de uma caça generalizada e de alguma coleta. (SCHMITZ, 1980)
Não foram encontrados sepultamentos certos para os espessos estratos datados dentro do período. Por esta razão, ainda é uma incógnita saber como a população depositava os seus mortos.
Todos os abrigos habitados têm pinturas rupestres que fazem parte da cultura arqueológica. Encontram-se em maior parte no teto e nas paredes, bem como em blocos no chão. O estilo destas pinturas e gravuras não acompanha linear e uniformemente o complexo lítico, mas se diversifica, assumindo variações de área para área. Tais variações regionais podem ser tidas como mais um elemento da identidade de cada grupo.

Caçadores-Coletores

Ao que tudo indica os caçadores-coletores estariam organizados em pequenos grupos, compostos provavelmente por algumas famílias, as quais tinham grande mobilidade espacial em um território imprecisamente demarcado. (SCHMITZ, 1984)

É provável que os primeiros caçadores-coletores tenham utilizado técnicas de forrageamento na exploração de plantas e animais disponíveis em uma área. Estudos revelam uma economia caçadora-coletora estruturada basicamente em produtos de coleta vegetal, de acordo com Neves et al. (1996), a incidência de cáries nos indivíduos indica uma dieta rica em carboidratos.
Os animais caçados compreendem mamíferos, como veados, tatus, roedores grandes e pequenos. Répteis, como lagartos, tartarugas e jacarés. Aves variadas, tanto pequenas quanto grandes como a ema, de cujos ovos se mostraram abundantes em pequenos fragmentos de casca.
É a partir dos caçadores-coletores que surge a idéia de fixar-se na terra, com o advento de novas armas a caça passa a suprir as necessidades do grupo, além claro, da coleta de frutos. Vale ressaltar que a estocagem não se fazia no período, as culturas eram puramente de subsistência.
Apesar de haver numeroso sítios espalhados pelo Centro-Oeste brasileiro e áreas intensamente ocupadas, temos de concordar que a população responsável por sua criação deveria ser constituída por bandos frouxamente estruturados, envolvendo, cada um, talvez duas dúzias de indivíduos. Cada bando ocuparia amplo espaço no planalto, com seu a acampamento central e de referência num conjunto de abrigos e seu abastecimento anual acompanhando diversidade de recursos. Áreas ricas, como Serranópolis/GO, serviam de abrigos para encontros de vários bandos, rituais e casamentos.
Como esta população apareceu no Brasil, ainda é uma pergunta. Como se trata de uma formação cultural ampla, que abrange o território das savanas tropicais, o seu desenvolvimento pode ter-se dado em qualquer lugar desse espaço.



Considerações finais

Ao longo deste artigo, e como anunciado na introdução, procuramos refletir sobre o desenvolvimento humano num período singular, o Holoceno, e apresentamos de maneira sucinta a ação humana sobre a natureza, de modo a extrair os benefícios desta a seu favor e a favor de todo o grupo, em particular os caçadores-coletores. Mostramos que não podemos pensar, uma vez tida uma idéia, que ninguém antes possa tê-la idealizado, pois o simples fato de se amolar uma superfície cortante já vem sendo utilizado desde os primórdios.
Por último, concluímos ser importante que o historiador mantenha sempre uma postura investigativa, isto é, de busca sobre si mesmo, quanto homem, e sobre os contextos onde o desenvolvimento e a atuação humana andam de mãos dadas.



REFERÊNCIAS

SCHMITZ, P. I. A evolução da cultura no sudoeste de Goiás. Pesquisas, Série Antropologia, São Leopoldo Instituto Anchietano de Pesquisas/UNISINOS, v. 31, p. 185-225. 1980.
SIMONSEN, I. Alguns sítios arqueológicos da série Bambuí em Goiás. Goiânia: Universidade Federal de Goiás. Museu de Antropologia, UFGO, Notas Prévias, 1975.
SCHMITZ, P. I. Caçadores e Coletores da Pré-Historia do Brasil. São Leopoldo: Instituto Anchietano de Pesquisas, 1984.


¹ Graduando em História Licenciatura Plena pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
² Professor Orientador: Doutor pela Universidade Federal da Bahia, no PPGCS/Área de Antropologia /Arqueologia. Professor Adjunto do Departamento de História da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Desabafando - Ô povinho

Aí galera navegando nas ondas da net, encontrei este desabafo do colega de geografia de Santa Catarina, o Professor Henrique e resolvi publicar para nós analizarmos.

Ô povinho!!

Todos que sonham com um Brasil mais íntegro e desenvolvido batem na mesma tecla, a de que devemos investir maciçamente em educação. Bato nessa tecla também, mas às vezes meu desânimo faz com que não acredite nem nisso. Ao ver a matéria que foi ao ar no último Fantástico sobre médicos e dentistas que embolsam salários sem comparecer aos plantões, deixando centenas de pessoas doentes sem atendimento, pensei: isso lá é problema de falta de educação?

São profissionais que fizeram faculdade, tiveram formação acadêmica. Não passaram a infância soltos pelas ruas. E, mesmo assim, não possuem o menor senso de compromisso e ética. São tão corruptos quanto os políticos que eles xingam em mesas de bar, pensando que são diferentes.
Aí lembro daquela piada que diz que Deus criou o Brasil com uma natureza exuberante, um clima espetacular, um solo fértil, uma abundância de rios, sem risco de terremotos, “mas espera pra ver o povinho que vai ser colocado ali”.

Jamais deixaria de cumprir minhas obrigações, ainda mais se trabalhasse numa área tão essencial quanto a saúde pública, mas não adianta apontar o dedo para os outros e se excluir do problema. O povinho somos todos nós. Uns sem nenhum caráter, outros com algum caráter (mas fazendo suas picaretagens habituais) e outros com um caráter muito bom, porém molham a mão do policial para evitar uma multa e bebem antes de dirigir, ninguém é perfeito.

Generalizando, somos um povinho essencialmente egoísta. Pensamos apenas no nosso próprio bem-estar. E ainda por cima vulgares, loucos por dinheiro, todos emergentes querendo mais, mais, mais. O governo rouba de nós através de impostos que não são revertidos em benefícios sociais e a gente desconta passando a perna em quem estiver por perto. Se alguém encontra uma carteira de dinheiro e devolve para o dono, vai parar na primeira página do jornal como se fosse um peixe com braços, uma anomalia.

Seguimos morrendo no trânsito, a despeito das campanhas de conscientização, pois somos arrogantes, achamos que nada pode dar errado conosco, e se der, a culpa será sempre do outro. Obediência, respeito, espírito coletivo, nada disso pegou no Brasil. Nem vai pegar. A miséria pode diminuir, o poder aquisitivo aumentar, haver mais emprego, mais crianças na escola, tudo ótimo, mas não soluciona a raiz dos nossos problemas: a índole. Algo que se depura em casa, na infância, no ambiente familiar, mas quem vai regulamentar isso, como controlar as regras internas, quem vai determinar o que é legal e ilegal entre quatro paredes?

Cada lar é um país. Somos milhões de presidentes. Está tudo nas nossas mãos. Um poder transformador, se soubéssemos fazer a coisa direito.

Prof. Msc. Henrique Schnitzspahn