sábado, 31 de janeiro de 2009

Folclore: ciência e arte do povo.


Não bastam apenas as instituições de ensino aproveitarem o dia do folclore e fazer aquele corre-corre para tentar justificar o que quase não conhecem, porque a professores e estudantes não é dada oportunidade de estudar e conhecer a alma do seu país.

Não há nas propostas curriculares de nosso Estado, o que é lamentável, o cumprimento à legislação, "O Folclore nas Práticas Pedagógicas". Tentativas ocorreram por parte da Comissão Norte-Riograndense de Folclore, contudo ainda não foi possível implantá-lo na terra de Luis da Câmara Cascudo (foto).

Nossa preocupação é oportuníssima, no momento em que a alma cultural brasileira está sendo atingida pelo fenômeno da globalização. Um instrumento felino, traiçoeiro que chega afogando, aplacando nossa inteligência, nossa história, nossa tradição. No país da maior reserva folclórica do mundo, com uma diversidade cultural que deixam perplexos estudiosos de várias partes do planeta, estamos sendo desrespeitados, chegando ao limite de um processo de completa alienação cultural, numa brutal inversão de valores. Mistura-se tudo em nome de uma modernidade recheada de equívocos confundindo cultura com glamour, o que para esses equivocados parece ser a mesma coisa.

Na segunda metade do século XIX os saberes do povo, guardados, preservados, transmitidos de geração a geração foram incorporados a uma palavra, Folk-lore, ciência do povo, estudo dos saberes populares, hoje com nova conceituação, porque a ciência da folclorística não é estática, nem peça de museu, transforma-se e modifica-se, preservando suas peculiaridades de conteúdo e forma em qualquer contexto social. O antônimo dessa palavra também é em inglês book-lore, a ciência dos livros, das enciclopédias, das cátedras, da formalidade científica, sem esquecer que folclore é o todo. Nada além do folclore, só Deus!

Partindo desse raciocínio um dos estudiosos do folclore francês, Paulo Sébillot colocou a ciência do folclore segundo as relações exteriores dos fatos, numa identificação direta com o Céu, a Terra, o Mar, os Rios, os Lagos, a Fauna, a Flora, o Povo e a História.

A linguagem, os gestos, os ritmos, o canto, as crenças religiosas, a literatura, a arte, o direito, a moral, são, até certo ponto, resultados da alma coletiva que se desenvolve sobre fatos antigos, tornando-os inconscientes, institucionais. São esses fatos que os estudiosos da ciência do povo chamam de mecanismo psicológico, em contraposição à lógica.

Entre o popular e o culto a diferença está na formação psíquica. O que chamamos povo, em folclore, corresponde ao mecanismo psicológico, com seu apreciável quinhão de associações e comportamentos instintivos, assim definiu Frederico Edelweiss. Nos cultos, prevalece o raciocino guiado pelo conhecimento científico.

Desta forma chegamos ao ponto conclusivo das duas ciências. Por mais que falemos em popular e erudito é quase impossível definir os limites exatos de ambos, porque o folclore está presente em todos os espaços e direcionamentos da vida humana. Desde os mais distantes recantos desse país às grandes metrópoles com suas construções, arquiteturas e decorações, objetos de usos de fabricação caseira, vestuários, adereços, caça, pesca, distintivos, marcas de propriedades, de ferração, agropecuária, alimentação, bebidas, músicas, canções, danças, os ofícios e as artes com suas técnicas, hábitos, costumes, cerimônias, rituais, magia, feitiços, medicina popular, literatura e linguagem popular.

Autor: Severino Vicente
E-mail: Historiador e folclorista.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

História em quadrinhos (28)


Fidel critica Obama por Guantánamo e apoio a Israel.


Depois de um longo silêncio quebrado recentemente, Fidel Castro, em mais uma de suas reflexões, divulgada ontem à noite no site Cuba Debate, afirma que não vai aceitar nenhuma condição eventualmente imposta pelo presidente americano Barack Obama para devolver a base de Guantánamo, como mudar o sistema político cubano. Manter uma base militar em Cuba contra a vontade do nosso povo viola os mais elementares princípios do direito internacional. É uma faculdade do presidente dos Estados Unidos acatar essa norma sem condição alguma. Sobre o apoio americano a Israel, Fidel acusa Obama de compartilhar com o genocídio contra os palestinos.

Educação e saúde perdem verbas para o Bolsa Família.


A decisão do governo de turbinar o Bolsa Família, ao elevar de R$ 120 para R$ 137 a renda per capita máxima para inclusão no programa, não poupou nem ministérios sensíveis da área social. Segundo o Estadão, a pasta da Educação vai perder R$ 866 milhões do orçamento previsto para 2009; no caso da Saúde, a tesoura foi mais fundo: R$ 2 bilhões a menos. É possível que o governo recomponha essas previsões orçamentárias ao cancelar, por decreto, boa parte das emendas parlamentares incluídas no Orçamento, mas fica claro que concorrer com o Bolsa Família não é fácil.

Derrota do Pensamento

Nota do Autor: Este artigo é um resumo comentado do ensaio "A pasteurização da esquerda", de Frei Betto, uma análise lúcida e corajosa sobre nossa história recente.

Volto hoje das férias com uma conversa política, digamos, bastante séria e profunda.

A questão foi levantada por Carlos Alberto Libânio Christo, o Frei Betto, frade dominicano e escritor, autor de 44 livros: por que a esquerda logra ser alternativa de governo, mas não consegue ser alternativa de poder? Notem que não falo apenas dos comunistas, mas da esquerda em geral, incluindo a católica.

É de domínio público que, desde a queda do Muro de Berlim, em 1989, a esquerda entrou em crise de identidade no mundo inteiro. A implosão da União Soviética e a adesão da China à economia capitalista de mercado deixaram-na órfã, sem respaldo para empreender mudanças pela via revolucionária.

Na virada do século XX para o século XXI, a América do Sul assistiu ao agravamento da questão social em decorrência das políticas neoliberais adotadas nas décadas precedentes. Isso fortaleceu os movimentos sociais e os partidos políticos que representavam alternativas de mudança. É o que explica a eleição para presidente da República de Hugo Chávez na Venezuela, Lula no Brasil, Evo Morales na Bolívia, Rafael Correa no Equador e Fernando Lugo no Paraguai.

Peço ao caro leitor um pouco mais de atenção, a partir de agora. Lembra Frei Betto que, ao chegar ao Governo Federal, o PT preencheu considerável parcela de funções administrativas graças à nomeação de líderes de movimentos sociais. Afastados de suas bases, essas lideranças estão hoje perfeitamente adaptadas às benesses do poder, sem o menor interesse em retomar o "trabalho de base". Instados a se manifestar, são a voz do governo junto às bases, e não o contrario. É o que o professor Chico de Oliveira, do CEBRAP, ensina como o surgimento de uma "nova classe social dominante" na sociedade brasileira. Será? Ou seja, no Brasil, o governo Lula optou por uma governabilidade baseada na política de conciliação com setores dominantes e de compensação para os dominados e subalternos, dentro do receituário econômico neoliberal. Os lucros astronômicos dos bancos assim o comprovam.

Ao assumir a presidência, Lula poderia ter assegurado sua sustentabilidade política em duas pernas: o Congresso Nacional e os movimentos sociais. Escolheu o primeiro parceiro e descartou o segundo, que lhe era co-natural. Assim, tornou-se refém (voluntário) de forças políticas tradicionais, oligárquicas, que ora integram o grande arco de alianças de apoio ao governo.

Por sua vez, o governo Lula adotou uma política de relação direta com parcela mais pobre da população, sem a mediação dos movimentos sociais, como é o caso do programa Bolsa Família, que ocupou o lugar do Fome Zero. Este se apoiava em Comitês Gestores integrados por lideranças da sociedade civil, que controlavam e fiscalizavam a iniciativa

Agora, o mesmo papel é exercido pelas prefeituras. E o propósito emancipatório, de manter as famílias castigadas pela miséria no programa por, no máximo, dois anos, foi abandonado em favor de uma dependência que traz ao governo bônus eleitoral. É óbvio que tal prática enfraquece e imobiliza os movimentos sociais e, ao mesmo tempo, põe o núcleo governante voltado unicamente ao seu próprio projeto de perpetuação no poder.

O fenômeno do Lulismo (76% de aprovação) se descolou do petismo. O PT, por sua vez, aceitou restringir-se ao jogo do poder. Agora, o processo de filiação de novos militantes já não obedece a critérios ideológicos, nem há cursos de capacitação política. Nas alianças eleitorais, negociam-se tão somente cargos, tempo de televisão e custos de campanha. Tais mudanças apontam para a perda do horizonte ético, fundado na utopia socialista, que norteava a esquerda. Trata-se agora de sobreviver politicamente, num cenário que combina a economia de mercado com uma política social-democrata de caráter compensatório, não emancipatório. Apostam que não somos mais cidadãos, seríamos todos apenas consumidores-eleitores. Assim, questões maiores da pauta histórica da esquerda, como a reforma agrária, fiscal, urbana, política e universitária são relegadas a um futuro incerto, quiçá sejam enterradas vivas.

Resumo da ópera: segundo Frei Betto, o Projeto civilizatório da Nação brasileira foi descartado em beneficio de um projeto de poder de um grupo dominante, para cujo êxito não faltam escândalos de corrupção e alianças com partidos e forças sociais e econômicas que o PSB, o PCdoB, o PT, e o PDT, ao serem fundados, propunham enfrentar e derrotar. Uma grande contradição, entre a teoria e a prática. Será a vitória do mercado sobre os valores humanitários? Será a derrota do pensamento?

Adam Smith, Karl Marx, Alfred Marshall, John Maynard Keynes, acordem! Eles enlouqueceram.

Autor: Rinaldo Barros é professor da UERN.
E-mail:
rinaldo.barros@gmail.com


Nota do blog: uma das características de um bom artigo é causar desconforto intelectual; façam as análises necessárias e tirem suas conclusões.


quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Lula amplia limite para o Bolsa Família.


Desde o seu lançamento, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foi tratado como prioritário pela União. Mas parece não haver programa com que o governo mais se preocupe que o Bolsa Família. Um dia após o Ministério do Planejamento ter anunciado o bloqueio preventivo de R$ 37,2 bilhões do Orçamento de 2009, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu aumentar o limite de renda para ingresso no benefício social. Hoje, para ser inscrita, a família pode ter uma renda de R$ 120,00 por pessoa, no máximo. Agora, o valor subirá para R$ 137,00 mensais. Parece pouco, mas isso vai permitir a entrada de 1,3 milhão de novas famílias no programa, informa O Globo. O governo diz que a medida apenas acompanha o reajuste da inflação pelo INPC. O custo adicional em 2009 deve ficar e m R$ 549 milhões. O ganho de capital político, por sua vez, é difícil de calcular, mas certamente não será pequeno.

Pacotão de Obama passa na câmara.


A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou ontem o pacotão de estímulo econômico do presidente Barack Obama. São US$ 819 bilhões em corte de tributos e incentivos a setores como geração de energia, educação, assistência médica e programas sociais. Essa montanha de dinheiro contra a crise, para se ter uma ideia, é maior que os gastos americanos com as guerras no Iraque e no Afeganistão até agora. Na visão do The Wall Street Journal, o pacote, ao focar a redução tributária em famílias de menor renda, diverge amplamente da forma como George W. Bush encarava o estímulo à economia. O desafio, agora, é ganhar o apoio do Partido Republicano no Senado na Câmara, nem um único deputado da oposição votou a favor do projeto.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Bento XVI fala em solidariedade aos judeus e tenta esfriar polêmica.


O papa Bento XVI deu hoje suas primeiras declarações em público após sua decisão de suspender a excomunhão de quatro bispos membros da conservadora Congregação Santo Pio X. Um deles, o inglês Richard Williamson, afirmou há algumas semanas que acreditava na inexistência das câmaras de gás em campos de extermínio nazistas, uma negação do Holocausto. Bento XVI disse que o Holocausto deve ser para todos um aviso contra o esquecimento e a negação e pregou solidariedade ao povo judeu. Mesmo assim, informa o The Washington Post, lideranças judaicas em todo o mundo ainda estão indignadas com a posição do papa, o que pode arruinar seu plano de visitar a Terra Santa neste ano. Os judeus esperavam que ele fosse repudiar explicitamente a opinião de Williamson.

O Irã faz exigências aos E.U.A.

O Irã sinaliza diálogo com os EUA, mas exige desculpas. O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad (foto), afirmou que receberia bem a intenção dos Estados Unidos de abrir um canal diplomático direto com o país asiático, como informa a BBC Brasil. O problema são as condições impostas por Ahmadinejad, um tanto quanto impráticáveis, para alguns analistas internacionais: a retirada de todas as tropas americanas espalhadas pelo mundo, o fim do apoio a Israel e um pedido de desculpas pelos crimes cometidos contra o Irã no passado, sem detalhar quais seriam. Se a base para as conversações for essa, dificilmente algo vai mudar, mesmo com Barack Obama dizendo que pode estender a mão da paz.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Obama e o Oriente Médio.

EUA falam em "diplomacia direta" com o Irã. Se tudo o que o novo governo de Barack Obama anda prometendo se concretizar, a política externa americana terá mudanças expressivas. Em sua primeira entrevista a um canal de TV árabe (a Al-Arabiya, de Dubai), Obama disse que sua tarefa para o mundo islâmico é comuniar que "os americanos não são seus animigos", relata o The New York Times. A estratégia dos EUA para a região é primeiro ouvir o que os líderes locais têm a dizer, antes de dar ordens. E Obama já orientou a nova embaixadora americana nas Nações Unidas, Susan Rice, a propor "uma diplomacia direta" com o Irã, algo que George W. Bush sempre se recusou a fazer.

A crise e as demissões.


Mais de 75 mil demissões num dia só: é a cara da crise. Desde que a crise começou a ganhar forma, no fim do ano passado, houve muitos dias emblemáticos das dificuldades econômicas. Ontem, certamente, foi um deles. A Folha diz que grandes empresas anunciaram o corte de mais de 75 mil empregos na segunda-feira.Só a americana Caterpillar, maior fabricante mundial de equipamentos de construção e motores para veículos pesados, vai demitir 20 mil. Embora a assessoria no Brasil não confirme, a farmacêutica Pfizer deve cortar 19 mil vagas. Nos EUA, já estão chamando o 26 de janeiro de 2009 de "Segunda-Feira Negra", numa alusão à Quinta-feira Negra de 24 de outubro de 1929, quando a Bolsa de Nova York "quebrou".

União Européia propõe metas ambientais para países emergentes.


É bom o Brasil levar mesmo a sério políticas de redução de emissão de poluentes. O Estadão informa que a União Europeia vai apresentar amanhã uma proposta segundo a qual o Brasil e outros países emergentes terão de cumprir metas detalhadas de corte de CO2 para ter acesso a bilhões de euros dos financiamentos contra a devastação de florestas. "Pelos cálculos da UE, os países emergentes terão de reduzir entre 15% e 30% suas emissões de CO2 até 2020 para que o mundo consiga atingir seus objetivos", diz o jornal. O projeto pode ser a base de um novo tratado climático para substituir o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012. Pelo documento de Kyoto, só os países desenvolvidos são obrigados a reduzir suas emissões.

A primira conversa de Lula com Obama.

Durou 25 minutos o telefonema do presidente americano Barack Obama a seu colega Luiz Inácio Lula da Silva, na primeira troca de ideias entre os dois líderes. Segundo assessores da Presidência, Obama disse que os E.U.A têm interesse em desenvolver uma parceria com o Brasil no setor de biocombustíveis, como informa O Globo. Pode não ser apenas retórica, dada a decisão de Obama de impor limites rígidos de emissão de poluentes aos veículos. A BBC Brasil diz que o presidente americano convidou Lula para uma visita a Washington em março, e a retribuição deve ocorrer entre julho e setembro. É um bom começo para uma relação proveitosa com a (ainda e apesar de tudo) maior potência econômica do mundo.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Oriente Médio: Hamas começa a recuperar força em Gaza.

Um relato do enviado especial da Folha de São Paulo à Faixa de Gaza mostra que, se um dos objetivos da ofensiva de Israel era voltar os palestinos contra o grupo Hamas, a tática pode não ter ado muito certo. Na opinião de vítimas dos bombardeios ouvidas pelo jornal, os ataques fizeram com que o Hamas passasse a ser visto como governante legítimo do território palestino (o grupo não é reconhecido como interlocutor por EUA e Israel) e lhe deram mais força para fazer exigências aos israelenses. Tanto que o Hamas vem repelindo qualquer proposta de fazer um governo de coalizão com o Fatah, expulso de Gaza em 2007, e rejeitou a oferta israelense de uma trégua de 18 meses; o grupo fala em um ano de cessar-fogo, desde que sejam abertas as fronteiras e suspenso o bloqueio econômico imposto por Israel.

2009 deve ser o pior ano desde a II Guerra Mundial, diz FMI.


Continuam as previsões sombrias na economia mundial para este ano recém-iniciado. O Estadão dá manchete para a projeção do FMI de que o PIB global deva crescer apenas 1% a 1,5% em 2009. Se isso se confirmar, será o pior cenário desde o fim da Segunda Guerra Mundial, quando diversas nações europeias estavam arrasadas financeiramente. Em apenas quatro meses, é a terceira vez que o FMI revê o crescimento para 2009 na primeira previsão, em outubro de 2008, o crescimento do PIB mundial neste ano foi estimado em 3%. O anúncio das projeções será feito na quarta-feira, com cortes também para os mercados emergentes (leia-se Brasil).

domingo, 25 de janeiro de 2009

Bush, por quê?


Obama é o sol nascente. Bush é a luz que se apaga. Nestes seus oito anos fui inclemente com ele, sem saber se algumas vezes exagerei, mas a verdade é que a sua marca na história é um grande desastre.Suas reações diante dos desafios de governar foram erradas e geraram hipotecas para o mundo que permanecerão muito tempo. Assumiu a Presidência com os Estados Unidos prósperos, superavitários, única, isolada e incontrastável potência. Céu de brigadeiro. Surge um raio, Bin Laden e o 11 de Setembro. Bush, pelo temperamento, pela sua formação pessoal, pela sua personalidade, reage a tudo de maneira errada. Em vez de convocar o mundo para a grande cooperação e aliança contra o terrorismo, opta por ser guerreiro, seu primeiro pensamento foi invadir o Iraque, só acredita na força das armas e não das ideias (o contrário do que afirmou Obama). Para gastar na guerra e diminuir o imposto dos ricos, partiu para o déficit. Incentiva o descontrole do mercado financeiro, a farra dos derivativos, a corrupção dos balanços das grandes empresas. Liquida a economia americana, que extrapola sua desgraça para o resto do mundo.Dia 20 esse homem transmitiu o governo a Obama. Em qualquer parte do mundo ele seria execrado, vaiado e, se pudesse, estraçalhado.Mas nada disso aconteceu, e o novo presidente disse: "Quero agradecer ao presidente Bush os serviços que prestou aos Estados Unidos e a maneira como conduziu a passagem do poder". Nenhuma manifestação do povo de protesto. Continua Obama: "Em 233 anos de nossa democracia por aqui passaram só 44 americanos eleitos pela soberana vontade da nação. Nenhum país conseguiu tão longo período de estabilidade institucional". Bush retira-se. É tratado pelo povo ali reunido com respeito. Com todos os seus defeitos, deu oito anos de sua vida em favor do país. Rodeando-o, ali estavam os ex-presidentes Clinton, Bush, pai, Carter. Não eram pessoas, eram instituições e assim faziam parte da história americana.Pretos, brancos, amarelos, mestiços reunidos numa grande família, para festejar o primeiro presidente negro dos Estados Unidos. A poderosa democracia americana mostra sua força. Velhos negros, velhos brancos, veteranos e novatos, numa foto íntima, mostrando ao mundo o governo do povo, seu vigor, suas instituições. O passado era o desastre: a herança de duas guerras e a maior crise econômica do século. Mas a tudo isso sobreviveu, graças à liberdade, liberdade de escolher, de realizar a busca da felicidade de que falou Jefferson, o sonho americano, exemplo para todos nós.



José Sarney, escritor e senador.

Carta aos judeus.





Por mais que o governo de Israel e todos os que o apoiam tentem, não irei odiar a vocês, irmãos judeus. Ainda que as tropas israelenses matem centenas de crianças e pessoas inocentes, não irei desejar a morte de suas crianças nem jogar a culpa na totalidade de seu povo.



Mesmo que manchem a Faixa de Gaza com o sangue de um povo, que também corre em minhas veias, metade árabe, não irei revoltar-me contra nenhuma etnia nem julgar que há raças melhores ou com mais direitos que outras, como quer nos fazer acreditar o governo israelense. “Embora eu também queira ouvir as vozes judaicas de protesto contra o massacre dos palestinos, não deixarei de condenar os que se calaram diante do holocausto judeu. E mesmo que tomem à força a terra do povo árabe, não irei jamais apoiar o confisco dos bens do povo judaico, praticado há tempos pelo governo nazista.



Por mais que o governo de Israel e todos que o apoiam traiam a tradição hebraica dos grandes profetas que clamaram por justiça e paz, ainda quero manter viva a esperança que eles anunciaram. Mesmo que joguem sua memória na lata de lixo, faço dos profetas do antigo Israel os meus profetas, pois o anúncio da justiça não distingue credos, nações ou etnias. “Sei que muitos de vocês condenam a violência, não apóiam o massacre dos árabes palestinos, e gostariam que o governo de Israel respeitasse as decisões da ONU e o clamor da comunidade internacional pelo cessar-fogo imediato. Mas, gritem! Se sua voz não for ouvida, acreditar-se-ão com razão aqueles que ainda falam mal de seu povo.



Mesmo que sejam deploráveis todos os anti-semitas, o silêncio dos judeus diante do massacre perpetrado pelo país que ostenta a estrela de Davi na bandeira pode ser usado como reforço para os argumentos torpes da superioridade racial. “Há mais de 60 anos seu povo clamou ao mundo por solidariedade. Chegou o momento de retribuir, de mostrar que a solidariedade é um sentimento universal e não restrito a uma etnia. Não deixem o governo de Israel fazer esquecer o quanto vocês sofreram como vítimas, só porque agora ele é algoz e está protegido pela maior potência mundial, os EUA.



Não permitam que a ação de Israel faça parecer que, apesar das manifestações mundiais de condenação, seu Estado se acredita o único que possui razão, pois era assim que o governo alemão pensava no tempo do nazismo.



Estejam certos de uma coisa: independentemente do resultado da absurda campanha israelense ou qualquer que seja a posição de seu povo diante da violência e injustiça cometida por aquele país, não irei ceder à tentação do pensamento racista; não irei apagar da minha memória a catástrofe do nazismo e o sofrimento do povo judeu; não irei pensar que há povos que não merecem nação e que devem ser eliminados; não deixarei de condenar o antissemitismo ou qualquer tipo de preconceito étnico.



Continuarei defendendo a ideia de que todos, sem distinção, somos iguais, e temos os mesmos direitos: judeus, negros, árabes, índios, asiáticos etc. Manter-me-ei firme em minhas convicções, pois jamais quero me igualar aos governantes de Israel e àqueles que o apóiam.” Faço minhas as palavras de meu querido amigo Maurício Abdalla, companheiro no Movimento Fé e Política, professor de filosofia da Universidade Federal do Espírito Santo e autor de reconhecida qualidade, como o comprova o texto acima, que tão bem traduz a indignação e a dor de tantos que testemunhamos a guerra do Oriente Médio.



Vários intelectuais judeus têm manifestado indignação frente às operações do Estado de Israel. Tom Segev, historiador e cientista político, escreveu no “Haaretz” que “Israel sempre acreditou que causar sofrimento a civis palestinos os faria rebelarem-se contra seus líderes nacionais, o que se mostrou errado várias vezes”. O escritor Amos Oz sublinhou: “chegou o tempo de buscar um cessar-fogo”, com o que concorda o escritor David Grossman e o ex-chanceler israelense Shlomo Ben-Ami.



Frei Betto.

sábado, 24 de janeiro de 2009

História em quadrinhos (27)


... é o outro lado da história...

A banalização do mal.

A expressão “banalização do mal” surgiu numa série de reportagens escritas pela filósofa Hannah Arendt sobre o julgamento de Eichmann, um dos carrascos nazistas, preso na Argentina, após a segunda guerra mundial, pelo serviço secreto de Israel (Mossad). Foi Eichmann o principal executor da “solução final para o problema judeu” – eufemismo, segundo os registros históricos, utilizado pelo nazismo para designar o holocausto, o “extermínio programado do povo judeu”.

Até que ponto, hoje, já se banalizou o “extermínio programado dos palestinos” pelos judeus? Tudo indica que a ofensiva de Israel contra a Faixa de Gaza foi decidida com o propósito de criar um “fato consumado” antes da posse de Barack Obama. Com isso Israel pretende evitar possíveis pressões do futuro governo norte-americano em favor de concessões que viabilizem projetos de paz. Como Israel não se dispõe a fazer concessões aos palestinos, mesmo sabendo que são indispensáveis a uma solução pacífica, qual a outra opção que lhe restava? Uma ofensiva militar de grandes proporções para eliminar milhares de palestinos (talvez todos), quer isso caracterize genocídio ou não, quer se pareça ou não com o holocausto dos judeus vítimas do nazismo. Então, se houver negociação, Israel ditará as regras do jogo: negociará em condições supervantajosas. Mas será que esse massacre resolverá o problema da insegurança em que vive Israel? E se o Irã, apesar de toda a vigilância dos Estados Unidos, construir um arsenal atômico? Afinal, o que fará o novo presidente Barack Obama? Sua disposição de extinguir a prisão de Guantánamo é ótimo sinal de que cumprirá as promessas de campanha. Chegará a vez do Estado palestino?

E a crise econômico-financeira mundial? Será que está se banalizando? Nem tanto. Há uma proposta do Presidente da França, Nicolas Sarkozy, de “refundar” o capitalismo. E o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, sentiu-se na obrigação de cobrar dos ingleses, na mensagem de fim de ano, “um esforço de guerra” para resistir aos efeitos da turbulência que atinge o planeta. Aqui no Brasil, Delfim Netto, em recente artigo, após definir, sinteticamente, o regime capitalista como o de “livre mercado”, advertiu para o fato de que se trata de uma crise “perigosa”, pois ameaça comprometer o próprio cerne do capitalismo. Mas há prognósticos de economistas, estrangeiros e nacionais, para todos os gostos: uns acham até que o diabo não é tão feio quanto se pinta e outros já recomendam que se repense o papel do Estado na regulação das atividades econômicas.

Comentários “especializados” tentam explicar a atual crise com o argumento de que o capitalismo está sujeito a fases cíclicas de depressão e estagnação econômica. Relega-se para segundo plano a origem da crise. Não se pode esquecer, no entanto, como ela começou. E onde e como tudo se iniciou? Iniciou-se nos Estados Unidos, sob forma de empréstimos chamados de “subprime”, que eram feitos para compra da casa própria, mediante taxas de juros reduzidas, a clientes com baixa capacidade de pagamento, sem condições de oferecer garantias (a não ser o próprio imóvel adquirido) e com um suspeito histórico de inadimplência.

Em alguns casos – dos clientes “ninjas” – esses empréstimos eram feitos até mesmo a desempregados ou a pessoas sem profissão definida, com evidentes dificuldades de honrar as obrigações que assumiam. Havia, ainda, a transferência do valor do crédito de uma instituição financeira para outra e, assim, antes que o primeiro empréstimo fosse pago, realizava-se um novo empréstimo com o crédito podre originário da operação anterior, numa sequência de riscos acumulados que teria de terminar da forma desastrosa que se conhece. Toda essa absurda irresponsabilidade foi praticada sob os olhos e com o incentivo do Federal Reserve (Fed), o Banco Central norte-americano, interessado, segundo consta, em fomentar a expansão imobiliária para financiar indústrias de alta tecnologia, voltadas para a prevenção de ataques terroristas. Em suma, uma monstruosa farra especulativa.

Ivan Maciel de Andrade - Advogado
Fonte:
http://tribunadonorte.com.br/coluna.php?id=2004&art=98968, em 24.01.2009, 07h48min.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

A crise e a redução do desmatamento.


Crise reduz desmatamento na Amazônia: é o que diz uma reportagem do jornal O Globo desta sexta-feira, reproduzindo as conclusões de um levantamento do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que monitora a floresta amazônica com satélites. Segundo a entidade, foram devastados 635 km² de mata nativa entre agosto e dezembro de 2008 queda de 82% em relação ao mesmo período de 2007. E a causa dessa redução considerável seria a crise econômica, que se reflete na desaceleração da produção de carvão vegetal, da pecuaria e de algumas commodities agrícolas. O cenário é muito bom para o governo agir, diz Adalberto Veríssimo, pesquisador do Imazon. Resta saber se o governo vai aproveitar o momento, questionam os ambientalistas.

Fidel Diz que sua morte não deve atrapalhar governo cubano.


O ex-líder cubano Fidel Castro voltou a se manifestar em sua coluna no jornal oficial Granma. No texto, Fidel faz novos elogios a Barack Obama e diz acreditar que o americano pode mesmo transformar os EUA em um modelo de liberdade. O cubano aproveita para rechaçar as notícias de que estaria morto, afirmando que está bem e que reduziu seus artigos para não influenciar o Partido e o Estado em meio aos desafios de lidar com a crise mundial. Em um fim de texto melancólico, Fidel alerta que nem o Partido e nem o Estado devem ser influenciados por seus textos ou sua morte. Para alguns, parece até um aviso.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Carta aberta aos aprovados e não aprovados no vestibular da UFRN


Passados mais de dez dias do resultado oficial do vestibular da UFRN, resolvi escrever uma carta destinada a todos aqueles que prestaram o concurso para entrar na comunidade acadêmica. Os ânimos já baixaram, a euforia de quem passou já está voltando ao normal e as feridas já começaram a cicatrizar para aqueles que não conseguiram.

Sei que as dificuldades e esforços foram muitos para todos os alunos: vários têm de escutar cobranças em casa, outros trabalham ou têm filhos para cuidar, alguns apresentam dificuldades exatamente nas disciplinas específicas. Enfim, cada um com seus problemas.

Aos que conseguiram vencer essa guerra, desejo muitas felicidades. A universidade é outro mundo – diferente dos colégios e cursinhos que freqüentávamos – no qual as disparidades se fazem mais latentes e, em tese, são mais aceitas. Tenho muitos conselhos, afinal já são quase nove anos de UFRN – juntando a graduação e o mestrado em História e a graduação em Direito – e de muitas experiências vividas, pois já fui – e ainda sou – aluno, bolsista de iniciação científica e até professor substituto.

Aqui vão alguns:
  1. Não escute conversa de corredor. Geralmente, os alunos que ficam perambulando pelos corredores ou pagando “Cantina” (I, II, III, IV...) não são bons exemplos acadêmicos. Ouvi muitas reclamações sobre professores – “grosseiro”, “casquinha”, “reprova todo mundo” – e disciplinas – “horrível”, “muito chata” – e resolvi ignorá-las. Claro que fiz minha “pesquisa” com alunos veteranos mais responsáveis e, depois de ouvir as opiniões, tomei minhas decisões. Não me arrependi de nenhuma.
  2. Se engaje nos projetos propostos pelos cursos e pelos centros acadêmicos (CA). Fazer parte do CA é uma experiência muito interessante, principalmente se o pessoal se preocupar com questões sérias. Mas também tem que ter a brincadeira, porque ninguém é de ferro, não é? Além disso, participe de palestras, mini-cursos, discussões, projetos de extensão e coisas do gênero. Às vezes, em uma hora de palestra se aprende mais do que em quatro meses de disciplina.
  3. Se aproxime de bons professores. Procure se engajar em algum dos projetos por eles coordenados. Ser bolsista ou monitor é muito bom, faz você estudar além do necessário. Ademais, te dá a oportunidade de ir para congressos, simpósios e encontros nos quais você vai conhecer novos lugares, fazer contatos e, por que não, se divertir.
  4. Não se esqueça dos estágios. São importantes para unir teoria e prática.
  5. Conheça sua universidade. É importante Ir à biblioteca, à cooperativa cultural, à escola de música, dentre outros lugares. Chegar do carro, assistir a aula e ir embora não é legal. Você estará perdendo uma grande oportunidade de aumentar sua cultura e de incrementar suas amizades.
  6. Vá para as calouradas e resenhas com o pessoal! Universidade não é só estudo.
  7. Fazer universidade é, acima de tudo, VIVER a universidade! Não desperdice essa chance!
Aos que não conseguiram ingressar na UFRN, lembre-se que vocês não perderam a guerra, apenas foram derrotados nessa batalha. Persevere! Ser persistente é fundamental para conseguirmos nossos objetivos. Como diria o professor Luiz Flávio Gomes, “quem sai do gramado nunca marca gol. Ao contrário, vai para a arquibancada”. Tenho certeza que vocês querem aplaudir o sucesso dos outros, mas também querem ser aplaudidos.

Fazer um curso superior depende de cada um. O professor é mais um orientador. Ele não vai pegar a sua mão e ensinar você a escrever. Ele diz onde está o conhecimento e cabe a você ir atrás. Portanto, você pode se preparar bem em outras faculdades, desde que você tenha sede de aprender e queira sempre estar acima do nível.

Para quem vai tentar o vestibular UFRN outra vez: neste ano, estude mais as matérias que você tem dificuldade. Frequentemente vejo excelentes alunos em História, Geografia e Línguas que não conseguiram passar em Direito porque ficaram muito longe no resultado da primeira fase. Assim, é tão importante estudar as disciplinas não-específicas quanto as específicas. Infelizmente, nós, seres humanos, preferimos o que conhecemos ao invés de nos aventurarmos. Mude isso neste ano: se aventure num novo conhecimento, procure bons professores e livros didáticos e se atire nessa viagem!

De uma coisa vocês podem ter certeza, a recompensa é maravilhosa.

Desejo a vocês um grande 2009 (meio atrasado, mas ainda vale!) e que todos sejam muito felizes e realizados!

Abração!

João Carlos Rocha

Natal, 15 de janeiro de 2008

Comunicado

Caros alunos e alunas, salientamos que a turma de quarta-feira à tarde que continha os professores Sami Andrade e Bosco agora contará com Sami Andrade e Agenor Pichini.

Hamas fala em trégua a partir de amanhã; Israel reluta.

O jornal israelense Haaretz informa hoje que o Hamas acertou com o Egito uma proposta de trégua por um ano que teria início a partir de amanhã e que incluiria a retirada das tropas israelenses, a entrega de ajuda humanitária, o monitoramento estrangeiro do comércio e a reabertura da fronteira com o Egito em Rafah. Israel ainda resiste à proposta, por dois motivos cruciais: não quer a trégua por um ano, e sim um acerto definitivo, e quer um detalhamento maior sobre a fiscalização da fronteira com o Egito, pois é por lá que o grupo terrorista pode se rearmar

E o jornalista atirador de sapatos?


De acordo com reportagem no New York Times a família e o advogado temem pelo estado de saúde de Muntader al-Zaidi, preso há mais de um mês por jogar um sapato na direção do presidente George Bush durante uma coletiva em Bagdá. Desde que está na prisão, o jornalista só recebeu duas visitas e, agora, as autoridades não permitem nem que ele fale ao telefone com seus parentes. Dhiyaa al-Saadi, advogado de al-Zaidi, afirmou ter visto, anexados ao processo do caso, relatos médicos que reforçam a acusação de que o jornalista foi torturado e agredido. "Estou certo de que vão matá-lo na prisão", disse Uday al-Zaidi, irmão do prisioneiro. Na cultura islâmica, atirar o sapato em alguém é considerado um insulto grave.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Para gostar de ler (parte 15)

Mais uma dica para essas férias é o livro 1984 de George Orwell (Eric Arthur Blair, nome real), considerado o mais influente e importante escritor político do século XX. Recomendo principalmente para aqueles alunos que vão cursar Sociologia, Direito, Gestão de Políticas Públicas, Administração, História, Geografia, Comunicação Social, Serviço Social.

1984 não é apenas mais um livro sobre política, mas uma metáfora do mundo que estamos inexoravelmente construindo. Invasão de privacidade, avanços tecnológicos que propiciam o controle total dos indivíduos, destruição ou manipulação da memória histórica dos povos e guerras para assegurar a paz já fazem parte da realidade. Se essa realidade caminhar para o cenário antevisto em 1984, o indivíduo não terá qualquer defesa. Aí reside a importância de se ler Orwell, porque seus escritos são capazes de alertar as gerações presentes e futuras do perigo que correm e de mobilizá-las pela humanização do mundo.

Vale mesmo muito a pena!!!

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Resultados do CIS História e Geografia

(Foto: www.dnonline.com.br)

Galera, estamos contabilizando nossos aprovados. Ainda não terminamos o número total, mas podemos adiantar os seguintes:

2 primeiros lugares por área:
  • Humanas II - Gabrielle Carvalho Ribeiro (Direito)
  • Tecnológica II - Dionísio-Dionizius Rocha do Gomes (Engenharia Elétrica)
13 primeiros lugares:
  • Teatro (L)(M) - Heloísa Helena Pacheco de Sousa
  • Engenharia Elétrica (F)(MTN) - Dionísio-Dionizius Rocha do Gomes
  • Geofísica (B)(MT) - Myrli Andrade Moreira
  • Pedagogia (L)(N) - Vivian Kelly da Trindade Ramos
  • Ciências Sociais (B)(M) - Maísa Joanni
  • Psicologia (F)(MT) - Allana de Carvalho Araújo
  • Comunicação Social - Jornalismo (B)(T) - Renata Alves de Albuquerque Othon
  • Direito (B)(M) - Gabrielle Carvalho Ribeiro
  • Design (B)(MT) - Aline Thomé Netto Machado Bragança
  • Serviço Social (F)(M) - Bárbara Lima Diógenes
  • Bacharelado em Ciências e Tecnologia (B)(M) - Leila Raulino Câmara Cavalcanti
  • Gestão de Políticas Públicas (B)(N) - Raquel Maria da Costa Silveira
  • Letras - Língua Inglesa e Literatura (L)(M) - Déborah Louise Moura Tavares
29 aprovados em Medicina.

49 aprovados em Direito.

Parabéns a todos que conseguiram superar a maratona que é o vestibular. Ficamos felizes em termos ajudado vocês, de uma maneira ou de outra, na batalha pelo sucesso!

Para Gostar de Ler Parte 14


Agora que o resultado do vestibular foi publicado as coisas se desaceleram até o começo de mais um ano letivo,é preciso preencher o tempo até lá.Para alguns esse ano começa na universidade ou faculdades,para outros é a hora de começar o ano de uma forma não tão desejável,creio,longe dos bancos das faculdades e universidades,porém com a saga de estudar a valer e lograr o objetivo de passar no vestibular.
Em ambos os casos recomendo não só as festas,saídas de bar,etc.Ler é preciso,ler é a base que ajuda a solidificar o conhecimento, independentemente da área à qual escolhe-se para seguir carreira.Para essa fase de espera até as aulas começarem recomendo um livro que li recentemente: o livro de Albert Einstein intitulado “Como vejo o mundo”.Um livro denso e fluído ao mesmo tempo,onde o autor se debruça sobre temas fundamentais à formação do homem,tais como o sentido da vida,o lugar do dinheiro,o fundamento da moral e a liberdade individual.O Estado,a educação,o senso de responsabilidade social, a guerra e a paz,o respeito às minorias,o trabalho,a produção e a distribuição de riquezas,o desarmamento, e a convivência pacífica entre as nações são alguns dos temas que afligiam o cientista e,até hoje,provocam mortes e destruição em todo o globo.Para se ter uma breve amostra das idéias contidas no livro,o autor chega a propor com leveza e otimismo que o conflito entre árabes e israelenses seja analisado por uma comissão composta por quatro cidadãos notáveis e ilibados dos dois povos.
Vale muito a pena!

Estarei fora do blog por tempo inderminado.


Olá amigos e amigas do CIS,

Estou com problemas no meu computador e estarei, mais uma vez, fora do blog por tempo indeterminado. Espero voltar logo!
Contudo, o blog continuará sendo atualizado pelos colegas.

Abraços,

Adailton Figueiredo.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Comunidade CIS: depoimentos espontâneos.

Foto: Evaldo Gomes.

"Obrigada por me ajudar maravilhosamente, mesmo q só na revisão! Devo parte do q conquistei a competência de vcs!"
Lara Costa, aprovada em Direito 2009.1!

"Agradeço profundamente à equipe do CIS, a qual foi imprescíndivel para minha aprovação, não apenas pela explanação impecável dos conteúdos mas também pelo carinho, atenção e confiança!Essa vitória é tbm de vcs!!!!!!!!!!!Muito Obrigada!"
Maria Luísa, aprovada em Direito 2009.1 (sexto lugar)

"Não há palavras para descrever a felicidade que tenho de ver o sucesso crescente do CIS, apesar já ser inteiramente previsível! Só podia ser assim, com a equipe maravilhosa de professores e alunos interessados, a fórmula é perfeita! Parabéns a todos que participam dessa conquista: os professores Adaílton, Henrique, João Carlos, Wellington, Kokinho, Bosco, Sami e Agenor, o pacientíssimo Diogo na secretaria e, é claro, todos os alunos, os que contribuem e enriquecem as aulas! :)Obrigada pelos ensinamentos, eu sei que sou meio mula em História e Geografia, mas o que consegui aprender devo a todos vocês! Valeu!
Leila Raulino, aprovada em Ciência e Tecnologia UFRN 2009."

"Obrigado Professores. Vocês fazem parte dessa conquista! Só Deus pode imaginar a dimensão da minha felicidade nessa hora. Espero ser um professor de história tão bom quanto vocês.Abraços e obrigado mais uma vez."
Pedro Fellipe, aprovado em História.

"Eu fiz só a revisão de história, mas ja foi o suficiente pra saber que a competência de vcs me ajudou a alcançar tdo o q eu sonhei, até mais. Obrigada. MESMO!"
Lara, aprovada em Direito matutino 2009.1

"Desejo a todos os professores dessa maravilhosa equipe do CIS, um Ano Novo repleto de muita felicidade, paz, amor e de muito sucesso!! E que vocês possam ser iluminados por Deus a cada novo dia de 2009!!São os meus sinceros votos!!Vocês são maravilhosos!!"
Rayanne.

"Agradeço esses dias que passei conversando com vocês. A concretização do excelente trabalho desses professores é esse Blog, acolhedor e com um nível crítico característico.Desejo que a saúde, a alegria que vcs tem, a harmonia do grupo caminhem por todo o ano de 2009.Parabéns pela equipe. E obg pela contribuição em aulas de cursinho e aulões da vida. Não fiz CIS, mas quase todos os professores daqui já assisti aula, então me sinto, um pouco, parte dessa família.FELIZ 2009."
Lucas Wallace, Direito 2009.

"Adailton, Aproveito o clima de festividades para lhe agradecer por ter contribuído ao longo deste ano (...) com minha preparação para o vestibular. Sua ajuda foi fundamental para o meu desempenho nas disciplinas de humanas, principalmente história. O nível do isolado é surpreendente: vocês abordam temáticas transversais que aparentemente são apenas para ilustrar o conteúdo e que, por coincidência, superpresa ou não, aparecem na prova elaborada pela banca. A exemplo da prova deste ano, cujo tema norteador foi cultura. Tema este trabalhado muito bem por você e Henrique ao falarem sobre historia da vida privada, entre outros. Agradeço-lhe de coração (...) pela oportunidade de estudar em um isolado que vem crescendo cada vez mais no atual cenário tão competitivo de cursos isolados. (...). FELIZ NATAL FELIZ ANO NOVO.
Que em 2009, o CIS cresça mais e mais... Mais uma vez, muito obrigado".
Pedro Henrique, aprovado em Medicina.

Nota do Blog.:
Prezadíssimos,
Agradecemos suas palavras tão generosas; foi uma prazer tê-los como nossos alunos. Desejamos a voces sucesso vida e na profissão que escolheram. Que Deus os ilumine, hoje e sempre.
Nós, do CIS.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Veja aqui o resultado da UFRN!


Baixe aqui a lista geral do resultado do vestibular da UFRN!

Parabéns a todos que enfretaram essa maratona!

Resultado do vestibular UFRN será divulgado hoje


A partir do meio dia, a TV Universitária e a Rádio Universitária FM (88,9) começarão a transmitir o resultado oficial do Vestibular 2009 da UFRN. A partir das 13 horas, outros meios de comunicação também poderão divulgar a lista completa.

Quem quiser emoções fortes, pode se digirir ao Ginásio de Esportes da UFRN, onde estarão afixadas a lista dos aprovados.

Boa sorte a todos!

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

O conflito não é mais entre iguais.

Frédéric Gros (foto) é professor da Universidade de Paris-XII, especialista em Michel Foucault, e editor de seus últimos cursos no Collège de France. Nessa entrevista explica o novo conceito de guerra, que define "Seja na guerra, seja no terror, um agente bem armado ataca pessoas desarmadas".


Primeiramente, o senhor poderia explicar o conceito de guerra nas culturas ocidentais? Por que esse conceito mudou depois da queda do Muro de Berlim? Qual é a nova concepção sobre a guerra?
Ainda mais precisamente do que o conceito de guerra na cultura ocidental, o qual me parece abranger coisas demais, eu poderia aqui simplesmente evocar o conceito de guerra para a "filosofia" ocidental moderna. Creio que ela contém uma das primeiras definições que existiram sobre a guerra. É definida, num livro de Alberico Gentilis datado do fim do século 16, como "conflito armado, público e justo". Retenho três dimensões dessa definição clássica. Por "conflito armado" é preciso entender um conflito violento, ou melhor, mortal. Mas essa dimensão, creio, é marcada durante toda a época moderna por uma estrutura de reciprocidade. Quer dizer que a guerra é construída como um conflito que opõe dois exércitos, fazendo os soldados se enfrentarem num campo de batalha, dos quais cada um ameaça a vida de cada outro na medida em que expõe a risco a própria vida. É esse elemento duplo de exposição à morte (portanto, de superação do medo de morrer) e de reciprocidade (portanto, de troca), que fascinou a filosofia moral. Um grande número de grandes valores éticos, como a coragem, o senso do sacrifício, a vontade de se superar, ou ainda a obediência, foram particularmente desenvolvidas no Ocidente a partir da experiência da guerra. Mas o progresso técnico transformou essas construções, quando a guerra se tornou uma matança moderna. A segunda dimensão não é ética, mas política: compreende a guerra como uma relação de violências regrada com o objetivo de reforçar, consolidar, afirmar um Estado. É a idéia da guerra como "conflito público". Por exemplo, Rousseau escreverá no seu Contrato Social que "a guerra é uma relação de Estado a Estado". Esse segundo sentido da guerra como ato de afirmação dum Estado soberano se constituiu no Ocidente quando o espaço político europeu se construía como a coexistência de uma pluralidade de Estados, cada um devendo afirmar sua consistência em relação a cada outro. Donde vem o que se chama o sistema clássico de segurança, em que o Estado se caracteriza, se legitima e se define a partir do monopólio da violência, do qual ele disporia, por um dever ilimitado de paz no interior (a ordem pública devendo ser assegurada a qualquer preço) e um direito ilimitado de guerra no exterior (para preservar sua integridade, ele pode a qualquer momento atacar outra unidade política). Enfim, quando Alberico Gentilis fala de "conflito justo" para definir a guerra, ele quer dizer com isso que a guerra é um conflito que porta uma reivindicação de direito. Essa idéia de guerra justa abrange, ademais, várias realidades : se pode pensar numa guerra justa no sentido em que a vitória definiria o campo do justo, como se a batalha fosse um processo. Mas se pode pensar também no modelo formado pelos teólogos de uma guerra justa como guerra de "justa causa: é a idéia de que a guerra não pode ser conduzida a não ser que se trate de reparar uma injustiça, punir um culpado. Enfim, se pode pensar na guerra justa como conflito em que os beligerantes (os Estados) desencadeiam violências armadas entre eles, ao mesmo tempo respeitando certas regras (a declaração de guerra, o respeito às tréguas e aos mensageiros, o bom tratamento dos prisioneiros etc.) Ora, esse conceito mudou, mas não forçosamente após a queda do Muro de Berlim. Creio que é uma série de rupturas que transformou profundamente a guerra. Pode-se pensar no progresso das técnicas de destruição, das metralhadoras à arma nuclear. Esse progresso foi de tal envergadura que o conflito entre grandes potências, que tinha escandido toda a história da Europa com notável regularidade, acabou significando seu suicídio recíproco. Mas se deve também, a longo prazo, considerar a importância política crescente das grandes democracias liberais, isto é, unidades políticas que privilegiam a discussão como meio de regulação dos desacordos e são receptivas a uma opinião pública, cada vez mais em relação a toda forma de sofrimento. O que a queda do Muro certamente provocou foi, por um breve momento, a esperança, a ilusão de que poderíamos viver num mundo sem guerra, pois o próprio símbolo da Guerra Fria, com tudo que envolvia de pesadelos ameaçadores, havia desabado.


Por que o senhor pensa que estamos no início da era dos "estados de violência"?
Com o conceito de "estados de violência, tento refletir sobre a forma dos conflitos pós-modernos. Me parece, com efeito, que novas lógicas se impõem, se formam linhas de força novas que são profundamente diferentes. As resumo sob três grandes princípios: um princípio, de início, de unilateralidade. Me parece que, ao contrário das guerras clássicas, os conflitos pós-modernos opõem mais freqüentemente alvos desarmados a meios de destruição. Seja que se trate de atos terroristas ou de intervenções ultratecnológicas, se assiste a violências largamente unilaterais. O segundo princípio é um princípio de asseguramento dos fluxos, apoiado por intervenções. O antigo sistema de guerra pressupunha uma série de distinções: entre o exterior e o interior, entre o inimigo e o criminoso etc. Os conflitos pós-modernos vão pressupor atores novos: mercenários, organizações não-governamentais, exércitos internacionais, máfias. É uma nova lógica que se forma. Enfim, falo de um princípio de midiatização para referir a importância da imagem nos conflitos contemporâneos: é por ela que se decide o sentido das novas violências. O que chamo de "estados de violência" é, portando, o que é preciso descrever na atualidade contemporânea.


O senhor poderia explicar o que é o conceito de segurança? Por que esse conceito redefine o agente político na sua dimensão de ser vivo?
O conceito de segurança é muito antigo, tem suas raízes muito distantes na espiritualidade dos antigos. Significava então o estado mental do sábio que não se deixa abalar por nada, mas se mantém sereno em todas as ocasiões. Como eu já disse, no sentido moderno ela se torna apanágio do Estado segundo um duplo sistema: a polícia no interior e o exército nas fronteiras. A segurança se refere então à integridade territorial do Estado. Hoje, esse conceito é problematizado de uma maneira muito nova num certo número de círculos internacionais que querem promover a idéia da segurança humana. Essa "segurança humana" se define como a proteção do individuo nas suas capacidades vitais de desenvolvimento, de afirmação. Leva em conta tudo que possa afetar, alterar, fragilizar o homem no próprio aspecto concreto de sua vida: as doenças, os atos terroristas, a pobreza, as mudanças climáticas. Essa consideração global me leva a falar de um conceito "biopolítico" da segurança.


O senhor poderia comentar a frase de Michel Foucault, "na história do conhecimento, a noção de natureza humana me pareceria ter desempenhado essencialmente o papel de um indicador epistemológico para designar certos tipos de discurso em relação ou em oposição à teologia, à biologia ou à história". O senhor pensa que existe uma natureza humana? Por quê?
Essa frase, creio, faz uma referência a uma problemática muito precisa que era a de Foucault no momento em que escrevia As Palavras e as Coisas. Remetida à idéia da "morte do homem", não como extinção da espécie, mas como dispositivo epistemológico. Ele explicava então que a "natureza humana" não era uma realidade imemorial, mas um princípio da organização dos discursos do saber a partir do século 19. Interrogar a verdade, isso envolvia colocar a questão: "Que é o homem". Ora, parecia a ele que essa questão estava já superada, e que a verdade da verdade era agora pesquisada do lado da linguagem. Tudo seria linguagem, comunicação, transmissão de códigos: a troca de bens, o casamento, a reprodução sexuada etc. Então, o homem, como núcleo central do saber, desaparece. O que significa para Foucault que a "natureza humana" remete a uma questão cultural precisa, mas não ter pertinência nem universal, nem trans-histórica.


Gabriela Laurentiis é estudante de ciências sociais.


Fonte: http://carosamigos.terra.com.br/

Ano de 2009 será um dos cinco mais quentes desde 1850


O ano de 2009 estará entre os cinco mais quentes dos que se tem registro histórico, segundo predisseram hoje cientistas do Met Office (o escritório meteorológico do Reino Unido) e da Universidade de Anglia Oriental, em Norwich.

O prognóstico diz que a temperatura média no planeta em 2009 se situará em 14,44 graus centígrados, 0,44 graus acima da média oficial registrada desde a década de 60.

Com essa média, o ano que vem se transformará no mais quente desde 2005 e confirmará, segundo os meteorologistas, o lento, mas constante aumento das temperaturas no planeta.

Os registros sobre os quais se estabelece a temperatura média começaram em 1850 e mostram que dez dos anos mais quentes no último século e meio correspondem ao período 1997-2008.

O ano considerado mais quente até agora foi 1998, quando a temperatura média alcançou os 14,52 graus por causa do "El Niño", fenômeno meteorológico cíclico que aquece as águas do oceano Pacífico e aumenta a temperatura da terra.

Os cientistas também constataram que a temperatura do planeta aumentou entre 2000 e 2008 em 0,2 graus em relação à década dos anos 90, segundo destacou o professor Phil Jones, diretor da unidade de pesquisa climática da Universidade de Anglia Oriental em comunicado divulgado hoje pelo Met Office.

Os pesquisadores afirmaram que em 2009 a temperatura não subirá além desses 0,44 graus em relação à média graças à influência "refrescante" do fenômeno "La Niña", que em contraposição ao "El Niño" contribuirá para moderar a alta das temperaturas.

No entanto, após 2009, os cientistas esperam que os níveis atuais de temperatura máxima sejam superados.

O ano de 2008, segundo o Met Office e a Universidade de Anglia Oriental, termina na 10ª posição entre os anos mais quentes.